Tik Tok, social commerce e pagamentos cada vez mais digitalizados são apenas a ponta do iceberg nesse universo de inovações que ditam as tendências em comportamento e consumo para o e-commerce.
Segundo dados do Future Commerce, em 2023, mais consumidores devem entrar no contexto do comércio eletrônico e, com certeza, eles não estão entre as gerações mais velhas. A pesquisa mostra que 32% de pessoas da geração Z (entre 18 e 23 anos) afirmam que devem gastar mais este ano durante as datas sazonais do que no ano passado.
GenZ: compradores poderosos para o e-commerce
Não é incomum olhar para uma pessoa mais jovem hoje e constatar que ela já “nasce com o celular na mão”. Isso porque o conhecimento digital dessas novas gerações é sem precedentes. A pandemia de Covid-19, que fechou escolas e viabilizou o ensino remoto, talvez tenha impulsionado ainda mais a proximidade de crianças e adolescentes com a tecnologia.
Talvez muitas pessoas dessas novas gerações ainda precisem de um aval para efetivar uma compra, mas o fato é que seus comportamentos de consumo já são bem delineados, e uma característica que buscam nas marcas das quais desejam consumir é que sejam tão tecnológicas e familiarizadas com esse universo quanto eles.
De acordo com dados da Future Commerce, 55% das pessoas da geração Z utilizam smartphones durante mais de cinco horas por dia, e 26% utilizam mais de dez horas por dia. Além disso, mais de 40% da geração Z disseram que preferem perder suas carteiras do que seus smartphones.
Geração alfa: consumidores que ainda vão nascer
Milhões de pessoas que farão parte da geração alfa ainda nem nasceram, mas sua geração já chama a atenção. Com pessoas nascidas entre 2010 e 2024, já conta, hoje, com mais de 2,5 milhões de pessoas nascendo nela a cada semana, e há uma estimativa de chegar a 2,2 bilhões de pessoas em 2024.
Chamados de “minimillennials”, essa geração é formada por pessoas com menos de 12 anos de idade e que, até 2030, devem representar 11% da força de trabalho no mundo, segundo a Future Commerce. Já se antecipando a esse futuro inevitável, muitas marcas estão pensando à frente e se perguntando como criar mensagens de marketing que cresçam junto com a audiência mais jovem do planeta.
Para que cheguem a esse conhecimento, porém, precisam entender, de fato, quem é a geração alfa – um mistério ainda a ser desvendado, uma vez que estamos falando de crianças, mas ela já deixa algumas pistas, como o fato de ser totalmente diferente das gerações anteriores.
Outro insight já observado em relação aos alfas é que eles serão um verdadeiro fenômeno para o consumo crescente, e isso deve acontecer por três principais razões: quase duas em cada três crianças de 8 a 11 anos possuem ou têm acesso a um smartphone; espera-se que a geração alfa seja a maior geração até o momento; e muitas dessas crianças, nativas digitais, possuem um conhecimento tecnológico único, sobretudo devido à experiência escolar que aconteceu durante a pandemia.
Gerações únicas requerem estratégicas únicas
A geração alfa adquiriu uma familiaridade com as telas ainda maior do que a GenZ, pois a educação à distância fez com que usar as telas para se comunicar, aprender e brincar fosse uma premissa desde muito cedo. Esse acesso antecipado torna essa geração mais global do que nunca, e capaz de compartilhar costumes, valores e experiências entre culturas com mais facilidade do que qualquer outra geração.
A geração alfa também é mais social e visual do que as gerações anteriores, habituada a viver no mundo dos “facetimes” com frequência, nascendo praticamente junto com o metaverso e crescendo junto com a popularidade da realidade e inteligência artificial. O social também não é nenhum lugar estranho para a GenZ, já que 97% das pessoas dessa geração afirmam que utilizam mídias sociais como sua primeira e principal fonte de inspiração para fazer compras.
Com base nesses comportamentos e traços de personalidade, as marcas também precisam criar estratégias únicas para lidar com gerações de pessoas tão diferentes, como millennials, GenZ e alfas. Compras conectadas devem ser uma experiência cada vez mais valorizada, assim como o omnichannel, que é esperado por consumidores dessas gerações.
Outra informação importante para ter no radar é que os consumidores mais jovens não vão nem pensar em comprar sem primeiro pesquisar sobre o produto, e a pesquisa deles é diferente da que outras gerações fazem. Nesse cenário, o marketing de influência e as redes sociais ganham protagonismo.
Aplicativos como TikTok – em franca crescente -, Instagram, Snapchat, Spotify e Twitter se tornam fontes confiáveis de influenciadores que oferecem opiniões autênticas sobre produtos, além de darem a esses consumidores opções que facilitam a compra, como os populares cupons de desconto.
Sai o Google, entra o TikTok
Aliás, o TikTok é inegavelmente a rede social mais consumida pelas gerações Z e alfa, e não existem indícios de que isso vai mudar no médio prazo. O dinamismo e o apelo visual do conteúdo produzido para a plataforma casam perfeitamente com o perfil dessas gerações mais jovens.
E a prova de que a plataforma não deve se resumir mais ao entretenimento, mas deve ter sua parcela significativa no consumo dessas gerações, é o fato de que, conforme o Future Commerce, o Google não é o mecanismo de busca mais usado pelas gerações Z e alfa – quem detém essa honra agora é ele mesmo, o TikTok.
E para provar que a plataforma é, por si só, uma influenciadora de consumo, segundo dados da Opinion Box, 43% dos consumidores afirmam que já compraram algum produto ou contrataram algum serviço que foi indicado no TikTok.
Isso se deve ao fato de que os jovens são mais pacientes e dispostos a procurar com mais cuidado tanto referências sobre os produtos que desejam quanto sobre as marcas de quem vão adquirir. Fogem um pouco ao estereótipo imediatista do millennial, por exemplo. Para as gerações Z e alfa, é importante ter boas recomendações e uma compra rápida e fácil – caso contrário, não hesitarão em fazer negócio com outros e-commerces que ofereçam essas características.
E aí, o seu e-commerce está preparado para esses consumidores?