Long tail significa cauda longa e descreve a estratégia de varejo de se vender uma grande variedade de itens em pequenas quantidades.
O conceito foi popularizado por Chris Anderson, físico e escritor norte-americano, em um artigo na revista Wired em outubro de 2004, e é usado para designar nichos de mercado. O nome vem do formato do gráfico gerado por esta teoria, onde os produtos mais populares alcançam o topo, mas não são capazes de ocupar um espaço amplo no mercado, enquanto os nichos, apesar de pequenos, são infinitos.
Até antes do desenvolvimento da internet, as lojas físicas evidenciavam apenas os produtos mais vendidos, em um modelo de negócios que visava evitar o desperdício de espaço com itens de pouca saída. Com o surgimento da internet, nasceram as lojas online, para as quais o espaço não era problema.
Em resumo, uma loja virtual long tail:
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- Expõe e comercializa 20% de produtos que vendem mais, como fazem as lojas físicas e, além disso, expõe e comercializa os 80% de produtos que vendem menos;
- Trabalha estratégias de marketing digital a fim de aumentar cada vez mais a sua cauda longa, isto é, a lista de 80% de produtos que vendem menos, até que as suas vendas somadas superem a dos 20% de produtos que vendem mais.
Além de o espaço não ser um problema como é para as lojas físicas, e-commerces podem remanejar seu estoque rapidamente, o que permite inserir, retirar, substituir ou refazer o conteúdo da página de vendas de cada um dos itens na velocidade de alguns cliques.
Entre junho de 2018 e junho deste ano, a abertura de lojas virtuais cresceu quase 40%, segundo pesquisa da empresa de pagamentos online PayPal Brasil. Para se ter ideia do avanço, no período entre 2017 e 2018, o crescimento havia sido de apenas 12,5%.
No total, o País já tem 930 mil lojas virtuais. A maioria delas, 88,8%, é de pequeno porte, com até 10 mil acessos por mês, e 44,3% não têm funcionários.
Segundo a 4ª edição da Pesquisa Nacional do Varejo Online, realizada pelo Sebrae em parceria com E-Commerce Brasil, Lojas Integradas (VTEX) e B2W, a logística está em segundo lugar entre as maiores dificuldades encontradas na gestão das lojas onlines para o PME. Isso se dá pelo fato de existirem poucas soluções logísticas dedicadas a este segmento. Quando se fala em período de Black Friday, essa dificuldade sobe para o primeiro lugar.
Para acompanhar a enorme variedade de produtos das lojas online, gerenciar o estoque em tempo real e repor cada item oferecido ao mercado em um curto prazo, exige-se uma logística com precisão, velocidade e qualidade nos serviços, principalmente, tratando-se de um mercado que cresce a passos largos no país.
Para quem fornece frete, o grande desafio está justamente em encontrar uma equação equilibrada entre os baixos volumes, que geram custos fixos altos para quem transporta, e a informalidade com as quais essas empresas estão acostumadas a trabalhar.
Este texto foi originalmente publicado na Revista E-Commerce Brasil