Você já deve ter ouvido falar que uma composição de sellers bem estruturada e um bom sortimento de estoque são elementos fundamentais para garantir o sucesso da sua estratégia de comércio eletrônico. Mas, o que você ainda pode não saber é que já existem tecnologias e arquiteturas, como o Marketplace Multinível, que permitem incorporar as lojas físicas de que estes sellers dispõem à estratégia, de uma forma mais rápida e eficiente, conectando-as ao jogo do ecommerce via marketplaces.
Estamos falando dos marketplaces que utilizam estoques omnichannel em múltiplos níveis, no chamado Marketplace Multinível. Neles, é possível estabelecer uma relação multinível ao incorporar os estoques das lojas físicas dos sellers – ou de parceiros e franquias plugadas a eles – na estratégia digital.
Este tipo de arquitetura é muito interessante para os negócios que querem expandir o sortimento de itens e, ao mesmo tempo, evitar rupturas, pois passam a incorporar à oferta dos marketplaces não só o estoque do ecommerce, mas também aqueles das lojas físicas ligadas àquele ecommerce. Dessa forma, proporcionando, também, novos canais de venda e novas maneiras de atingir potenciais consumidores.
Do ponto de vista de negócio, um grande benefício dessa estratégia consiste em reduzir a distância entre produto e consumidor, utilizando as lojas como postos avançados de estoque e garantindo mais competitividade em termos de custo de frete e SLA de entrega, através do ship from store, que são fatores determinantes para melhorar a taxa de conversão. Sob o ponto de vista do consumidor, além da melhor condição comercial por conta destes fatores, a estratégia traz também a opção de retirada na loja, possibilitando assim mais uma alternativa. Vale lembrar que nessa abordagem omnichannel, ainda há a vantagem de aumentar de forma significativa a oferta de produtos na ponta, e, de quebra, assegurar a venda de um item sem que as equipes das lojas físicas precisem fazer qualquer esforço adicional. Isso tudo implica em uma melhora significativa na experiência do consumidor, que passa a ter mais opções e conveniência no processo de compra.
Mas, afinal, o que é uma arquitetura multinível? De forma simplificada, trata-se de um arranjo no qual você cria uma estrutura escalável em que diversos sellers podem estar ‘embutidos’ em um seller de nível maior, sem que precisem necessariamente estar integrados diretamente ao marketplace. E isso acontece em diversos níveis, de forma que um seller qualquer pode ser também um elo de ligação para um outro agente que está num nível mais baixo da cadeia.
Para ilustrar, pense em uma analogia com a famosa boneca russa, a Matrioska. O tradicional brinquedo de madeira tem uma boneca que contém outra, exatamente igual, porém menor, e assim sucessivamente, até chegar na menor bonequinha possível.
Pensando agora no nosso marketplace: temos uma estrutura com um determinado produto de alta demanda em oferta e que, para fins de atender aos vários pedidos que serão feitos, considerará diversos estoques de sellers diferentes de maneira unificada, num único estoque omnichannel em múltiplos níveis. Assim, buscando o produto de maneira sucessiva, até atender ao pedido, com a melhor condição para o consumidor, ou até encerrar a última unidade disponível em estoque nessa estrutura.
Níveis de investimento
Sabemos que já existem marketplaces que conseguem integrar os estoques de lojas físicas na ponta para uma estratégia omnicanal, certo? Então, qual é, de fato, o diferencial do marketplace multinível? É que a escala e o nível de investimento são completamente diferentes. Sem a arquitetura multinível, o trabalho ‘braçal’ a ser feito é descomunal, pois, dessa forma, é necessário integrar diretamente todas as lojas dos sellers ao marketplace, criando uma conta para cada uma e deixando o processo muito difícil de ser gerenciado. Imagine uma estrutura na qual você tem um franqueador e uma rede de franqueados, com diversos CNPJs, sistemas de frente de loja e controle de estoques diferentes?
Em alguns casos, o esforço operacional e a complexidade da gestão tornam essa abordagem proibitiva. Tomemos uma rede de farmácias como exemplo, que tem uma enorme capilaridade de lojas. Sem o marketplace multinível, ela teria que criar uma conta para cada uma de suas lojas em grandes marketplaces, por exemplo. Seria praticamente impossível de gerenciar, incrementaria os custos de integração e, de quebra, aumentaria o time-to market. Com a arquitetura multinível, é possível plugar a loja principal e, através dela, ofertar produtos disponíveis em vários estoques gerenciando pedidos das contas de níveis inferiores.
Sendo assim, na prática, você cria uma conta principal, no caso do franqueador, por exemplo, e associa as lojas dos franqueados como ‘filhas’ dessa conta principal, conferindo mais liberdade também para este franqueador. Quando a conta principal se ligar a um novo marketplace externo, as contas ‘filhas’ da franquia também serão integradas automaticamente, não sendo mais necessário configurar cada seller individualmente a este marketplace. Com a arquitetura multinível é possível, portanto, ter uma estrutura mais escalável para integrar diversas lojas e sellers ao marketplace desejado.
Crie sua lógica de priorização de sellers
Como se dá a visibilidade e operação dos estoques nestes casos? Tudo começa no marketplace: um cliente escolhe um produto que está numa promoção, seleciona o ponto de retirada e finaliza o pedido; o Marketplace disponibiliza este pedido e o encaminha num fluxo para uma conta principal do marketplace multinível; na ausência de produto no estoque principal desta, o mesmo é direcionado para uma conta ‘filha’, de menor nível na cadeia – como acontece com franqueadores e franqueados – que tem o produto na ponta, em seu estoque, e que está vinculada ao ponto de retirada que foi escolhido pelo cliente no momento em que o pedido foi feito dentro do marketplace. Esse processo pode acontecer em diversos níveis até que se confirme, ou não, o fechamento daquele pedido.
É importante destacar que o marketplace estabelece sua própria estratégia, sua lógica de priorização, na seleção do seller que vai atender aquele pedido. Caso mais de um seja capaz de fazer a venda, pode se considerar sempre a melhor alternativa para o consumidor final em termos de preço de frete e menor tempo para a entrega, por exemplo, no caso da opção ship from store.
Uma vez implantada uma estrutura deste tipo podemos ter um frictionless ecommerce, ou seja, um comércio eletrônico com menos atrito e no qual a tecnologia atua como uma facilitadora para o fluxo de transações. Você otimiza os estoques, incorpora as lojas físicas à sua estratégia omnichannel com um menor impacto inicial para o seller e mostra a estes que o comércio eletrônico via marketplaces pode ser um jogo ganha-ganha para os participantes. Com uma arquitetura que pode reduzir custos de frete, no caso da opção ship from store, e o tempo necessário para a entrega do item comercializado, assim, maximizando as oportunidades de vendas para todos os elos dessa cadeia.