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Marketplaces de destaque: é importante aproveitar as oportunidades nessas plataformas

Por: Gustavo Chapchap

Graduado em Marketing com especialização em Gestão de Projetos, trabalha com comunicação há mais de 20 anos e com e-commerce desde 2006. Redigiu o projeto que originou o Dia do Profissional Digital #404DigitalDay aprovado no plenário da Câmara Municipal da Cidade de São Paulo em 2014. Colaborou com o lançamento do Guia de e-Commerce ABRADi-SP Sebrae-SP escrevendo o capítulo de plataformas, atua como CMO na JET. Em 2019 foi premiado como MVP no Fórum E-Commerce Brasil.

Num período ainda complicado para a economia mundial, como tem sido 2023, os resultados obtidos pelos grandes marketplaces se destacam.

No Brasil, o crescimento dessas operações tem sido acelerado. O último relatório Webshoppers, da NIQ Ebit, indica que 84% dos lojistas que vendem pela internet utilizam marketplaces em suas estratégias.

O relatório traz perspectivas bem otimistas para o segmento: projeta um crescimento de 54% no volume de vendas realizadas em marketplaces até o ano de 2024.

Saiba por que e-commerces devem aproveitar as oportunidades que os marketplaces oferecem.

A preferência, por parte dos sellers, justifica-se. Num estudo realizado pelas Americanas, quase 80% dos entrevistados confirmaram que a atuação via esse modelo ajudou a elevar o faturamento das lojas virtuais.

O sucesso das operações se sustenta em diversos pilares – entre eles, o elevado tráfego de clientes, impulsionado pelos altos investimentos realizados pelas empresas para garantir essa forte presença no ambiente digital.

Como o e-commerce pode explorar melhor o potencial dos marketplaces?

Quando se olha para a performance do setor (que avança acima das médias do segmento de e-commerce há alguns anos e tem hoje um share de faturamento de quase 80%), é natural indicar que os lojistas revejam suas estratégias para aproveitar melhor o potencial desse modelo.

Nesse sentido, contudo, é preciso atenção com alguns fatores:

– Primeiro, a necessidade de investir em plataformas de e-commerce que tenham hub nativo. Isso significa que a empresa vai conseguir organizar suas vendas no marketplace, sem perder de vista o investimento na consolidação da sua marca própria.
– Com um sistema de vendas integrado, esse processo de gestão das vendas é facilitado, claro, mas também é importante salientar que se ganha mais eficiência. Ter como administrar todas as vendas num sistema único ajuda muito no desenvolvimento de estratégias específicas para cada canal. Se o consumidor tem um comportamento omnichannel, não faz sentido ignorar essa exigência, deixando de oferecer múltiplas possibilidades.
– Várias empresas têm apresentado resultados excelentes, mas é prioritário analisar quais marketplaces são mais relevantes para o seu negócio. Parece óbvio, mas muitos e-commerces não tratam essa decisão de forma estratégica. E, quando se analisam os resultados no longo prazo, constatam que a adesão ao modelo não foi tão vantajosa.
– Entre os grandes players, o custo da permanência nessas plataformas é pesado. Além da guerra de preços acirrada, o nível de exigências para as ofertas é bem alto, até para que o marketplace se mantenha competitivo. Ou seja, para o seller, é preciso escolher bem quais produtos têm margem suficiente para destacar-se nessa disputa, sem prejudicar os resultados.

Quais as opções mais adequadas no segmento de marketplace?

Adotados os devidos cuidados, há muitas opções hoje para os e-commerces que pretendem alavancar as vendas via esse modelo.

Em razão dos resultados crescentes, vale a pena analisar com mais atenção os marketplaces internacionais.

As marcas asiáticas, por exemplo, têm se consolidado cada vez mais entre as mais acessadas do e-commerce brasileiro. Esse processo vem acontecendo há mais de um ano e, como mostram os resultados da Conversion, ficou mais forte a partir de 2023.

Atualmente, quatro das dez marcas mais visitadas pelos consumidores do país são da Ásia (Shopee, Shein, AliExpress e Samsung).

Detalhe importante: apenas dez das maiores lojas do Brasil detêm 50,4% de toda a audiência do e-commerce no Brasil; o líder Mercado Livre tem 13,7% de share, enquanto que a Amazon Brasil tem 8,1%; Shopee tem 6,2%; Magalu, 5,2%; OLX, 4,7%; Shein, 3,4%; AliExpress, 3,1%; Ifood, 2,1%; Casas Bahia, 2,1%; e Samsung, 1, 8%.

Vamos analisar os perfis das principais para o e-commerce:

Mercado Livre

Criado em 1999, lidera em audiência em e-commerces no Brasil e possui 13,7% de share, como indicam os dados de agosto de 2023 da Conversion.

Com essa participação de mais 10% do mercado nacional entre os marketplaces, é uma alternativa que deve ser analisada com atenção, até pelo alto volume de tráfego. Segundo os dados da Conversion, foram 194 milhões de acesso em agosto.

As vendas se concentram em produtos novos, e a plataforma reúne várias lojas oficiais de marcas importantes, como Havan, L’Oreal, Sony, Consul etc.

Uma característica importante são os compradores frequentes e fiéis. Por mês, 60% dos clientes compram pelo menos duas vezes no site.

O Mercado Livre possui algumas particularidades, por isso, é importante analisar a integração. Alguns hubs de integração contam com recursos específicos para os vendedores (serviço de mensageria, SAC, mercado coleta e envios, variação de anúncios etc.), o que auxilia no relacionamento com os clientes.

Amazon Brasil

Com um extenso catálogo de produtos, o marketplace da Amazon também reúne milhares de opções para o consumidor, por isso, a preferência do público. A marca ainda tem excelente reputação e se destaca por investir bastante na experiência do cliente. A concorrência, contudo, é alta, daí a necessidade de escolher produtos que possam ser mais competitivos.

Segundo os dados da Conversion, desde os primeiros meses de 2023, a Amazon se consolidou como a marca mais citada nos buscadores dentro de um setor. Em agosto, 54% dos usuários dentro de marketplaces procuraram diretamente por ela.

Em termos de visitas, tem uma audiência que tem se mantido estável, na casa dos 328 milhões de visitas.

Shopee

Chegou ao Brasil em 2019 e conseguiu um crescimento bem expressivo, posicionando-se rapidamente entre as principais do segmento. Com pouco mais de 6% de participação, considerando a audiência total do e-commerce, a Shopee ocupa atualmente a terceira posição no ranking, perdendo apenas para Mercado Livre e Amazon.

É a principal plataforma de compras online do sudeste asiático e opera em diversos mercados. Oferece compras rápidas e seguras e se destaca, justamente, pelo investimento em ações com frete grátis, cupons de desconto e muito investimento na atração do público.

Magalu

Gigante do varejo nacional, a Magalu tornou-se uma opção bem importante para um grande número de sellers, até em razão dos investimentos realizados pela empresa para oferecer mais suporte ao desenvolvimento dos vendedores.

O cadastro é simples e as taxas e comissões, a exemplo dos demais, ficam na faixa entre 10% e 20%.

Shein

Fundada na China em 2008, no início, a loja era voltada apenas para a oferta de moda feminina. O sucesso a levou a ampliar a oferta, e hoje inclui moda masculina, infantil, acessórios etc.

A chegada ao Brasil é recente, mas os números têm sido excelentes. Dados divulgados pela própria empresa informam que já são seis mil vendedores locais e vendas na casa dos US$ 100 milhões.

Além de ter bons preços, uma vez que esse é um dos diferenciais da marca, pelo alto volume de clientes, a Shein exige quantidades mínimas de produtos em estoque dos sellers, que devem atuar com os segmentos de moda, utensílios domésticos, decoração e itens para pet. Essas categorias são as únicas que fazem parte do portfólio do marketplace.

Entender os diferenciais dos principais marketplaces é um dos requisitos para se aproveitar melhor as inúmeras oportunidades dessas plataformas.

E não ignorar o fato de que a escolha do canal vai depender da jornada de compra do cliente, daí a importância dos sistemas de vendas que permitem integrar o e-commerce. Nesse caso, a marca estará presente no caminho do cliente, independentemente da opção do consumidor naquele momento.