As mulheres brasileiras são o recorte populacional brasileiro mais significativo quando o assunto é Black Friday. Elas têm se destacado como um dos principais grupos de consumidores no ambiente digital, com comportamentos específicos que influenciam o mercado online.
As mulheres representam mais da metade do percentual de compras nesse período: no ano passado, 59,5% das compras online realizadas na Black Friday* foram realizadas por elas.
Para além dos grandes números, é importante entendermos o que as mulheres buscam nesse período, como se comportam e quais são os “inegociáveis”.
Muitas características podem parecer óbvias, mas, se a sua empresa não estiver atenta aos detalhes, pode afastar as consumidoras e entregá-las de presente ao concorrente.
Aqui vão alguns comportamentos observados ao longo dos últimos anos.
1. Categorias dominantes
As mulheres brasileiras se interessam e compram principalmente produtos das categorias beleza (73,8%), de moda (61,5%), cuidados pessoais e saúde (58,2%)*. Essas categorias simplesmente dominam o volume de pesquisa e de compras entre consumidoras.
2. Busca da melhor “pechincha”
Aqui, nada de compra por impulso: antes de finalizar uma compra, muitas consumidoras fazem uma pesquisa extensa, analisando preços, avaliações de produtos e opiniões de outros consumidores, especialmente em redes sociais e sites de comparação. Plataformas como Instagram, Pinterest e até WhatsApp são muito utilizadas para buscar informações e recomendações de produtos.
3. É pelo celular, sim!
O smartphone não é somente um dos produtos mais procurados para comprar nessa ocasião. Para as mulheres, é um dos dispositivos preferidos para realizar compras, principalmente devido à praticidade e acessibilidade. Um número crescente de consumidoras tem feito o “mobile shopping”, seja navegando em sites de e-commerce ou usando aplicativos específicos.
4. Caça-cupons e pontuação
As mulheres tendem a aproveitar ao máximo cupons, programas de fidelidade e ofertas especiais. Esse comportamento é especialmente observado em períodos de grandes promoções, como a Black Friday.
5. Preferência por marcas “do bem”
O comportamento de compra também reflete uma tendência de consumo consciente. Muitas consumidoras priorizam marcas que demonstram responsabilidade social e sustentabilidade. Esse fator é cada vez mais decisivo para a compra, essencialmente entre as mulheres.
6. Amiga, qual é a dica?
Redes sociais têm grande impacto nas decisões de compra, com muitas consumidoras sendo influenciadas por opiniões de influenciadoras, amigas e grupos. Plataformas como Instagram e TikTok se tornaram não só canais de descoberta de produtos, mas também de compras diretas, promovendo o chamado “social commerce”.
7. Do jeito que eu quero e onde for melhor para mim
As consumidoras online também valorizam a flexibilidade e a conveniência proporcionadas pela omnicanalidade. A possibilidade de comprar online e retirar na loja, de trocar produtos facilmente, e de acessar suporte em múltiplos canais aumenta a preferência por marcas que oferecem essa experiência.
Mas nem tudo são flores (desculpe o trocadilho…rs). As marcas e empresas precisam estar atentas a esses comportamentos, para não afastarem as donas do pedaço.
As mulheres brasileiras enfrentam algumas dificuldades no processo de compras online, que vão desde questões técnicas até preocupações relacionadas à experiência do cliente e à confiança na marca. Abaixo estão algumas das principais barreiras:
1. Desconfiômetro
A confiança em sites de e-commerce é um ponto sensível para muitas consumidoras. O medo de fraudes, especialmente em relação ao uso de dados pessoais e informações de pagamento, é uma das maiores barreiras. Algumas compradoras ainda hesitam em comprar em novos sites ou de marcas menos conhecidas.
2. Se eu não posso tocar, posso trocar?
A impossibilidade de tocar e experimentar produtos (como roupas, sapatos e cosméticos) pode ser um problema, principalmente quando não há boas descrições ou fotos detalhadas. Produtos que dependem de caimento, textura ou fragrância são mais desafiadores para compras online, pois muitas vezes o resultado pode não corresponder às expectativas.
3. Me trate como rainha
Algumas lojas online ainda oferecem uma experiência de navegação complexa, com páginas pesadas, demora para carregar ou muitos passos até finalizar a compra. Sites que não são otimizados para dispositivos móveis também representam uma limitação, pois a maioria das consumidoras utiliza o celular para compras.
4. Será que vai servir?
A falta de padronização nos tamanhos de roupas e calçados é uma queixa recorrente, já que medidas variam de marca para marca. Muitas consumidoras relatam dificuldades em escolher o tamanho certo e, quando a tabela de medidas não é precisa, isso aumenta a taxa de trocas e devoluções.
5. Se o frete for muito caro…
Fretes altos e prazos longos para entrega também são fatores que desestimulam as consumidoras. Muitas vezes, mesmo com uma oferta atrativa, o custo adicional do frete faz com que desistam da compra. Além disso, atrasos na entrega são comuns, e isso afeta a confiança no serviço.
6. E depois? Se eu precisar de ajuda?
O atendimento pós-venda pode ser problemático, especialmente em casos de trocas e devoluções. Para muitas consumidoras, a política de trocas pouco flexível ou a falta de canais de atendimento eficientes (como suporte via chat ou WhatsApp) gera frustração e insegurança.
7. Não me engana que eu não gosto!
Durante promoções como a Black Friday, algumas consumidoras percebem práticas de publicidade enganosa, em que produtos são inflacionados antes da promoção e depois “descontados”, o que causa desconfiança e frustração.
Essas dificuldades indicam a necessidade de um e-commerce mais transparente, seguro e centrado no cliente, com atendimento humanizado e uma experiência de compra intuitiva. Investir em uma experiência mais acessível e confiável pode reduzir essas barreiras e aumentar o engajamento das consumidoras.
Por fim, tudo o que vimos aqui mostram que as mulheres são consumidoras engajadas, criteriosas e conscientes, características que impulsionam a personalização e a inovação no e-commerce.
Entender esses padrões é fundamental para as marcas se conectarem e oferecerem uma experiência relevante e consistente para esse público.
*Fonte: Neotrust, BlackFriday 2023