O Pix, meio de pagamento instantâneo do Banco Central, é um dos principais meios de pagamento do Brasil, seja no comércio físico ou digital.
Segundo o estudo PYMNTS, 43% dos cidadãos utilizam o Pix diariamente, em contraste com os 29% que usam cartões e os 21% que optam pelo dinheiro.
E não é apenas isso: expressivos 82% dos brasileiros afirmam que o Pix impacta positivamente o seu dia a dia. Ou seja, já é um fato consolidado a relevância do pagamento instantâneo no país.
O Banco Central segue estruturando uma agenda de melhorias e lançamento de novas funcionalidades para o Pix.
Conheça as novidades do Pix que estão sendo desenvolvidas e entenda de que forma elas podem influenciar o seu negócio digital. Vamos lá?
Pix automático
A primeira novidade do Banco Central que já tem data de lançamento é o Pix automático.
Como uma espécie de débito automático via Pix, esse recurso permitirá que os usuários autorizem pagamentos recorrentes, como assinaturas de serviços, contas de luz, água, telefone, entre outros.
A compensação será feita diretamente da conta bancária do usuário, sem a necessidade de realizar procedimentos manuais a cada transação. Além disso, os pagamentos recorrentes poderão ter valores variáveis. Por exemplo, a conta de luz não tem um valor fixo mensal e, ainda assim, poderá ser paga via Pix automático.
Sendo assim, é uma funcionalidade essencial para trazer mais comodidade para os consumidores finais. E, ainda, agrega mais segurança e previsibilidade financeira para diversos modelos de negócio, evitando a inadimplência por esquecimento da realização do pagamento e churn involuntário.
Atualmente, algumas instituições bancárias já disponibilizam essa função com desenvolvimento próprio das plataformas, não sendo uma função nativa do Pix. Mas a expectativa é de que, até outubro deste ano, o Pix automático do Bacen já esteja disponível para todo o Brasil.
No contexto do e-commerce, a novidade impacta principalmente os clubes de assinatura e outros modelos de negócio que trabalham com a recorrência. Então, em breve, é esperada mais uma forma de pagamento para atender a esses negócios e seus consumidores.
Pix offline
O Pix offline é outra funcionalidade que promete revolucionar o modo como os brasileiros realizam pagamentos, especialmente em situações em que não há conexão com a internet.
Com o Pix offline, será possível efetuar pagamentos de pedágios, transporte público e outros serviços – mesmo em locais onde não há acesso à rede.
Esse recurso será especialmente útil em áreas rurais ou regiões remotas, onde a conectividade pode ser limitada. Além disso, o Pix offline pode trazer mais segurança e conveniência, eliminando a necessidade de lidar com dinheiro físico em determinadas situações.
Ainda não está definido como será a tecnologia por trás do Pix offline, mas algumas possibilidades são NFC, RFID, bluetooth e biometria. Além disso, ele irá contar com uma autenticação em tempo real para confirmar a conclusão da transação, garantindo mais segurança para os negócios aceitarem essa forma de pagamento.
Não há ainda uma data de lançamento para a funcionalidade, mas podem ser esperadas novas informações a respeito dela ainda este ano.
Pix parcelado
Uma funcionalidade que muito vem sendo debatida é a do Pix parcelado. Embora o Banco Central ainda não tenha oficialmente incorporado essa função à sua agenda de lançamentos para o Pix, algumas empresas têm avançado no desenvolvimento de soluções próprias para viabilizar o parcelamento via pagamento instantâneo.
O Banco Central tem observado de perto essas iniciativas e o seu impacto no mercado. Existe a possibilidade de que, no futuro, seja implementado um sistema nativo de Pix parcelado, nomeado de Pix Garantido. Alternativamente, o Banco Central pode optar por estabelecer regras mínimas a serem seguidas por todas as instituições que desejam oferecer essa modalidade de pagamento.
Essa funcionalidade pode representar uma mudança significativa no cenário de pagamentos digitais, considerando principalmente o hábito já consolidado dos brasileiros de parcelarem suas compras.
Entretanto, é importante destacar a necessidade de atenção em relação ao Pix parcelado, considerando questões como o potencial aumento do endividamento da população brasileira e o debate sobre quem deve assumir o risco de inadimplência.
Esses desafios não diminuem o potencial da funcionalidade, que tem uma enorme capacidade de democratizar o acesso da população aos serviços de crédito, além de reduzir as taxas de processamento para os comerciantes que oferecem compras parceladas via Pix.
Pix internacional
O Pix já foi desenvolvido com base em padrões internacionais de comunicação e é muito provável que, em breve, seja possível enviar remessas de pagamentos entre empresas e realizar o pagamento de compras de bens e de serviços no exterior por meio do Pix internacional.
A funcionalidade ainda não está na agenda do Banco Central para este ano, mas a expectativa é de que o Pix internacional vire realidade no futuro, tornando mais simples e barato o envio de dinheiro para outros países de forma instantânea.
Canal secundário
No final do ano passado, o Banco Central lançou um canal secundário do Pix com o objetivo de evitar indisponibilidade ou lentidão em seus sistemas.
Dessa forma, o canal não prioritário é utilizado para realizar pagamentos agendados, que podem sobrecarregar os sistemas do Banco Central quando os lotes de pagamento são enviados em um mesmo horário. O objetivo é evitar a concorrência desses pagamentos com os que precisam ser liquidados em poucos segundos.
Para os usuários finais, sejam pessoas físicas ou jurídicas, nada muda. Essa é apenas uma atualização no backoffice para trazer melhor desempenho para o Pix.
Segurança e prevenção de fraudes
Outra novidade implementada no que diz respeito à estrutura e à segurança é a atualização das informações relacionadas às chaves Pix, dados esses que são armazenados pelo Banco Central e compartilhados com todos os participantes do sistema.
Foram criados novos campos com o objetivo de proporcionar uma rastreabilidade mais eficaz de transações fraudulentas. Além disso, as informações disponibilizadas na consulta de chave ou de usuários serão reformuladas para incluir dados mais relevantes e abranger um período mais amplo, contribuindo para aprimorar os mecanismos de segurança do sistema Pix.
Essas são as principais novidades que podem ser esperadas para o Pix em 2024 e para os próximos anos. Muitas delas ainda não têm uma data específica de lançamento, mas são muito aguardadas pelo mercado e fazem parte da estratégia do Banco Central.
Vale destacar ainda que, em 2023, o Pix cresceu 40%, comparativamente ao ano anterior, e ultrapassou o valor de R$ 15 trilhões em transações. No final de 2023, estavam cadastrados no Pix mais de 158 milhões de consumidores, sendo 145 milhões de usuários pessoas físicas e aproximadamente 13 milhões classificados como pessoas jurídicas, segundo dados do Próprio Banco Central
O Pix é um produto 100% brasileiro e com grande adesão da população do país. Cada uma dessas novidades tem potencial para gerar ainda mais negócios e crescer a base de usuários da funcionalidade, abrindo um leque de serviços financeiros e formas de pagamento cada vez mais democráticas e em linha com as necessidades da população e de negócios físicos e digitais.