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O futuro do varejo: adaptabilidade e a transformação da experiência de compra

Por: Diego Santos

Head de Inovação em Wake

Especialista em transformar negócios por meio da tecnologia. Fundador da Cluster2GO, empresa dedicada a ajudar outras empresas a transformarem suas infraestruturas e aplicações utilizando o melhor da computação em nuvem. Vendeu a empresa para a LWSA em 2018. Em 2020, assumiu o papel de CTO na Nextios. Em 2023, tornou-se responsável por Inovação e Novos Negócios Estratégicos na Wake, uma empresa do grupo, focada em fornecer tecnologias de Commerce para médias e grandes empresas, visando transformar a jornada de compra de seus clientes. Além disso, é investidor anjo, mentor e conselheiro. Sua missão de vida é apoiar empreendedores e empresas a prosperarem, transformando continuamente seus negócios por estratégias, pessoas e tecnologias.

Nos últimos anos, o mundo enfrentou mudanças rápidas e profundas, tanto tecnológicas quanto comportamentais, criando a necessidade de uma nova mentalidade para líderes e empresas que buscam prosperar no futuro. Observando o que está por vir, não podemos mais depender de previsões lineares. O futuro do varejo é moldado por incertezas, mas também por oportunidades sem precedentes.

Saiba como as empresas podem prosperar no futuro do varejo ao adotar uma mentalidade antifrágil e navegar em um mundo de incertezas e oportunidades.

O impacto do omnichannel no varejo

No Wake Summit 2024, uma palestra sobre futurismo destacou duas dimensões temporais para o futuro: o curto prazo, voltado para os próximos cinco anos, no qual o comportamento do consumidor e as mudanças econômicas e sociais que o impactam influenciam suas decisões de compra; e o longo prazo, de cinco até 50 anos, quando as tecnologias emergentes, muito provavelmente, ditarão o comportamento de compra do consumidor e as estratégias do mercado. Para ambos os horizontes, vemos que a resiliência não é o bastante, é preciso adotar uma postura que vise o crescer entre as adversidades e antecipar as transformações.

Estamos vivendo hoje a era do omnichannel, em que os consumidores exigem cada vez mais uma integração perfeita entre os mundos físico e digital, e a loja física não apenas vende produtos, mas cria experiências significativas para os consumidores. As lojas se tornaram um espaço de socialização e experimentação, criando um vínculo emocional com os consumidores. A transformação das lojas físicas em centros de experiência mostra a necessidade que o mercado tem em evoluir para o unified commerce, no qual todos os canais se convergem em um único ecossistema, proporcionando uma experiência integrada e fluida, que não tem etapas perceptíveis para o consumidor.

A importância da mentalidade antifrágil

Não se adaptar a essa nova realidade é perder a oportunidade de criar uma fidelização mais profunda com seus clientes. A hiperconectividade, tema também debatido na palestra, com assistentes virtuais e outros dispositivos inteligentes que automatizam as compras, é um indicativo de que o futuro está sendo construído sobre a conveniência e a personalização.

Além disso, as mudanças nas expectativas dos consumidores exigem que as empresas pensem mais profundamente no conceito de experiência. O social retail, em que as lojas físicas se tornam hubs de comunidade e aprendizado, é um exemplo que já está sendo aplicado por diferentes marcas, priorizando o bem-estar do cliente e os engajando emocionalmente com a marca. O consumidor busca mais do que um simples produto, ele valoriza e quer uma experiência personalizada e relevante para suas necessidades – isso requer uma integração tecnológica já existente à qual as empresas precisam começar a aderir de acordo com seu objetivo e seu consumidor.

Para atender a tal demanda, o investimento está cada vez mais voltado para o uso de inteligência artificial. Com a ascensão do “Open Data”, as empresas que souberem transformar dados em insights valiosos terão vantagem competitiva significativa. Esse movimento já começou a ser observado no varejo, no qual o unified commerce integra os dados de todos os canais de venda e interações com o cliente, criando uma experiência sem fricções. A tendência é de que isso se torne o padrão, à medida que os consumidores esperam mais consistência e personalização em suas interações com as marcas.

Uma lição importante que tiramos desse cenário e debatemos no Wake Summit 2024 é que o futuro será moldado pela capacidade das empresas de se adaptarem às incertezas. A ideia de uma mentalidade antifrágil, que vai além da resiliência e busca crescer em meio às adversidades, deve ser adotada por organizações que pretendem prosperar no futuro. Isso significa ser capaz de aprender com os erros e acertos, estar disposto a experimentar e falhar, e, acima de tudo, cultivar uma mentalidade de aprendizado contínuo.

O futuro do varejo e da indústria não será definido por previsões lineares, mas pela habilidade de navegar em um mundo volátil e complexo. As empresas que abraçarem essa complexidade e estiverem prontas para se reinventar estarão melhor posicionadas para prosperar nos próximos anos, independentemente dos desafios que possam surgir.