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O que o futuro do e-commerce nos reserva

Por: André Palis

Formado em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina. Com ampla expertise no mercado digital já tendo trabalhado no Google, hoje é CEO da Raccoon, melhor agência de marketing digital da América Latina, com mais de 600 colaboradores, e atende clientes como Natura, Estácio, Nubank, Leroy Merlin e Fast Shop.

O e-commerce é um dos setores que mais crescem no país e com a pandemia vimos a aceleração deste cenário, pois ele se tornou o principal — e em alguns casos, o único — meio de compra seguro, dada a necessidade de distanciamento social.

Ainda não há previsão de quando a vida voltará ao normal, onde as pessoas poderão frequentar lojas como faziam até o começo de 2020. Por isso, a tendência é que ele permaneça em crescimento acelerado e contínuo.

Desta forma, o setor ganha um papel de destaque, como o principal ambiente de compras para que os brasileiros continuem consumindo. Vamos conversar mais sobre isso?

O boom do e-commerce: o mundo cada vez mais digital

Nos últimos cinco anos, o e-commerce já vinha crescendo acima do PIB brasileiro. Enquanto a economia do país desacelerava, as vendas no e-commerce continuavam crescendo. É o que mostram alguns relatórios do Webshoppers (Ebit|Nielsen).

De acordo com o estudo, o faturamento dos anos de 2019 (+16,3%), 2018, 2017, 2016 e 2015 foram R$ 61,9 Bi, R$ 53,2 Bi, R$ 47,7 Bi, R$ 44,4 Bi e R$ 41,3 Bi, respectivamente. E esses dados nem consideraram as vendas nos marketplaces de itens novos e usados, viagens, passagens aéreas e ingressos.

Com a chegada da pandemia, a expectativa para o futuro do e-commerce era positiva. Porém, os especialistas de mercado e tendências para o setor não imaginavam que seria tanto. O e-commerce cresceu muito em poucos meses e desde então segue expandindo em ritmo acelerado.

Este novo cenário fez com que diversas empresas começassem uma verdadeira corrida contra o tempo para adaptar seus negócios e conseguir vender online e, assim, reduzir os impactos da pandemia.

No entanto, estar na internet não é o suficiente para vender, principalmente empresas que nunca venderam online. É preciso investir em estrutura e entender quais diferenciais o e-commerce entrega para o consumidor.

Vantagens do e-commerce

O e-commerce é vantajoso porque oferece benefícios que o comércio físico não oferece. Diante do cenário que estamos vivendo, alguns desses benefícios se tornaram fatores-chave para a vida dos consumidores, entre eles podemos citar:

Praticidade

O e-commerce é um ambiente prático, permite que o cliente compre a qualquer momento e de onde estiver.

Acessibilidade

O e-commerce está disponível a qualquer momento do dia, não está limitado a um horário de atendimento e pode ser acessado a partir de qualquer dispositivo com internet.

Variedade

No e-commerce o cliente consegue encontrar qualquer produto, pesquisar os preços, encontrar o menor prazo de entrega e as melhores marcas. Tudo sem sair do lugar e com poucos cliques.

Logística

Com o e-commerce, um cliente de uma cidadezinha com poucas opções de comércio consegue comprar um produto em uma megaloja. A logística permite que a entrega aconteça, mas ela deve ser rápida, pois isso vai impactar na experiência do usuário.

Pilares essenciais

Mas nem só de vantagens vive um e-commerce bem estruturado. Ter uma loja online requer cuidado com alguns pilares para que ela funcione de maneira mais completa.

O primeiro ponto é a usabilidade e aqui é preciso entender que os clientes estão cada vez mais exigentes, então ele espera a mesma experiência fluida de outros apps/sites quando interage com a sua marca.

Outra questão importante é a omnicanalidade. Ou seja, este e-commerce precisa ser funcional independente do canal que o cliente esteja usando. Se o usuário quiser comprar pelo site e retirar na loja, se iniciar o atendimento via chat e precisar falar por WhatsApp ou telefone, a marca precisa garantir que essa comunicação aconteça sem ruídos.

E somados a tudo isso é imprescindível ter uma estratégia de marketing digital. A falta de uma estratégia efetiva pode impedir que a loja alcance o seu público e o convença de comprar.

Embora o cenário seja favorável para o e-commerce, pois as pessoas dependem do meio online para comprar, isso também aumenta a disputa entre as lojas. De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), entre abril e setembro de 2020, 11,5 milhões de pessoas fizeram sua primeira compra online e mais de 150 mil lojas online foram abertas no mesmo período.

A procura é grande, mas a concorrência é ainda maior e as empresas precisam encontrar formas de se comunicar de forma efetiva, mostrando seus diferenciais e atraindo o consumidor.

O que o futuro do e-commerce nos reserva

É possível observar alguns caminhos que devem ser adotados para o setor nos próximos anos — ou até meses —, e durante 2020 vimos novos modelos de compras surgindo rapidamente.

Algumas tendências que já eram realizadas em outros países, como a Live Commerce, por exemplo, mas que ainda não eram aplicadas no Brasil, passaram a ser adotadas e fizeram sucesso. Magazine Luiza e Americanas estão aí para provar isso.

Os próprios clientes vão criar novas formas de consumir e as empresas devem estar atentas para esse movimento, pois eles moldam novos comportamentos. Um exemplo é o Social Commerce, uma forma de compra online a partir das redes sociais.

Outro ponto que deve ser mantido no radar é a personalização, já que os clientes estão cada vez mais interessados em opções personalizadas e exclusivas. E estão dispostos a pagar por isso.

Modelos de compra sustentáveis, pagamentos instantâneos e customização também devem ser observados e acompanhados mais de perto. Isso tudo já está moldando o perfil do consumidor e o futuro do e-commerce.

E o seu negócio, está preparado?