Um tsunami está vindo – e o mundo como conhecemos está condenado. Trata-se da onda da inteligência artificial.

Diferentemente do meteoro que extinguiu os dinossauros, essa onda não chegará em uma explosão súbita, mas será igualmente transformadora:
– Impacto global;
– Velocidade descomunal;
– Surgimento de um novo mundo, diferente do atual.
Os efeitos serão brutais, tanto para o “bem” quanto para o “mal”.
O colapso do modelo de trabalho atual
A IA não apenas substituirá empregos; ela aniquilará o próprio conceito de “emprego”.
Primeiro, virá a extinção das funções que exigem menos conhecimento. Em seguida, os “Bullshit Jobs” (GRAEBER, D. Bullshit Jobs. Nova Iorque: Simon & Schuster, 2018).
David Graeber argumenta que existe uma enorme quantidade de empregos modernos essencialmente “inúteis” ou vazios de sentido, mantidos somente para cumprir rotinas burocráticas ou criar a ilusão de produtividade. Nossa organização econômica e social favoreceu a criação de funções desnecessárias, gerando, hoje, profissionais profundamente insatisfeitos. Muitos percebem que não contribuem para nada verdadeiramente significativo.
A reação que se esperaria: as organizações deveriam treinar esses profissionais para desmantelar suas próprias funções e inovar, criando valor real – para si mesmos e para a empresa.
Teoricamente, todo CEO deseja isso, mas a estrutura não ajuda. Em um sistema em que cargos e níveis hierárquicos reforçam a competição, sobra pouco espaço para valorizar, de fato, o brilho do outro. E as soluções mais comuns – reuniões one-on-one, avaliações 360/480/540, distribuição de ovos de Páscoa, passes de academia e festas juninas – falham em promover a transformação de que precisamos.
Quem não se adaptar será substituído pela IA. Ela trabalha mais rápido, melhor e não precisa ir à academia ou comer pé de moleque para se motivar.
O Vale do Silício deixará de ser o centro
As Big Techs que não reconstruírem seus modelos de negócio em torno da IA desaparecerão. A crença de que “tecnologia é vantagem competitiva de longo prazo” ruiu. Uma inovação que hoje põe uma empresa na liderança por meses amanhã durará apenas dias. O desenvolvimento de tecnologia se tornará uma commodity, disponível a todos simultaneamente, sem vantagens duradouras.
Vantagens competitivas tecnológicas serão rapidamente comoditizadas. Ecossistemas que entenderem o “novo jogo” se tornarão potências.
O novo jogo não será sobre tecnologia, mas sim sobre o que a IA não consegue substituir. Quando não há mais barreiras tecnológicas, o que resta?
O profissional do futuro
“A IA não vai substituir seu trabalho – mas quem usa IA vai.”
O marqueteiro que pede ao ChatGPT para criar imagens para posts. O advogado que solicita à IA correções em sua petição. O RH que gera toda a matriz de avaliação 360 com um prompt.
Se você acha que isso é “usar IA”, você será enterrado. Adotar inteligência artificial é uma mudança profunda de paradigma. Mexe com nosso DNA de aprendizagem, nossos processos mentais e a cultura de trabalho em que fomos formados.
Não há solução fácil, mas ela existe – e passa por repensar quem somos e como trabalhamos.
Está preparado?
Se você quer sobreviver ao tsunami da IA, entenda:
– A tecnologia avança mais rápido do que conseguimos assimilar.
– Modelos econômicos serão esmagados.
– Negócios antes sólidos se tornarão irrelevantes.
– Bilhões precisarão recomeçar do zero.
Isso não é ficção – é matemática. Você foi jogado em Nazaré. Ou você vira surfista e surfa a onda gigante… ou ela vai te engolir.
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