Colocar um e-commerce no ar exige que o lojista pense em uma série de questões. Como apresentar os produtos de maneira atrativa, o que fazer para proporcionar uma experiência de compra positiva e, também, as ações necessárias para gerar recorrência de compra são alguns exemplos. Entretanto, uma das dúvidas mais comuns é em relação aos meios de pagamento. Quais os mais utilizados, com mais chance de conversão? É preciso mesmo oferecer toda uma gama de opções?
Bom, em relação à última pergunta, já podemos adiantar a resposta: sim, é preciso que você ofereça alternativas ao consumidor. Deixar de incluir um ou outro meio de pagamento no e-commerce é correr o risco de conduzi-lo por toda a jornada de compra, e ainda impedi-lo de fechar negócio. Para se ter uma ideia, 80% dos 500 entrevistados por um levantamento sobre comércio eletrônico disseram já ter abandonado o carrinho por conta das opções de pagamento disponíveis.
Mas para que você saiba com mais clareza quais são os métodos essenciais no checkout e os motivos que os tornam tão importantes, trouxemos a lista abaixo.
Os meios de pagamento mais utilizados no e-commerce
Cartão de crédito
Ele é rápido, prático e já conta com o status de “seguro” entre aqueles que o utilizam. Não é à toa que o cartão de crédito é o meio de pagamento mais usado entre os brasileiros. Isso é comprovado pelo relatório The Global Payments Report publicado em 2021 pela FIS Global, que o apontou como preferido de 43,2% dos brasileiros na hora de pagar suas compras online. Outro dado interessante vem de uma pesquisa realizada pelo Datafolha. Ela revelou que 75% dos usuários o utilizam para parcelar as compras.
Cartão de débito
Ainda falando em cartão, não poderíamos deixar de mencionar o de débito. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), mais de 58 milhões de brasileiros têm acesso a ele, e seu uso foi popularizado, especialmente em lojas físicas. Só em 2021, ele foi o responsável por movimentar R$ 916,3 bilhões, o que corresponde a um aumento de 20,2% em relação ao ano anterior. No e-commerce, ele é uma forma de levar a experiência do mundo físico para o virtual, possibilitando o pagamento à vista das compras virtuais como acontece nas maquininhas dos estabelecimentos.
Pix
Desde o seu lançamento, o Pix tem sido um verdadeiro fenômeno. De acordo com o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, João Manoel Pinho de Mello, ele possibilitou que mais de 40 milhões de pessoas fizessem sua primeira transferência bancária. Hoje, esse meio de pagamento já responde por 6% das conversões no e-commerce, e a previsão do levantamento Beyond Borders 2021/2022 do EBANX é de que esse número deve dobrar anualmente até 2024. Outra pesquisa corrobora essa visão: entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022, a aceitação do Pix em lojas online cresceu 281%.
Boleto bancário
O boleto bancário, assim como o cartão de crédito, é um velho conhecido de quem já frequenta os e-commerces há mais tempo. Ele é essencial para abarcar uma parcela da população que não tem cartão de crédito (ou tem, mas possui um limite baixo). Também é a opção de meio de pagamento de 21% dos consumidores entrevistados para uma pesquisa da Opinion Box. Há quem aposte que ele sofrerá os impactos da boa aceitação do Pix, mas, por ser já tão difundido entre os consumidores, mantê-lo como uma opção no checkout ainda é essencial.
Carteiras digitais
A segurança nas transações online sempre foi uma preocupação, tanto para o cliente, que teme ter seus dados vazados, quanto para o lojista. E foi por oferecer essa proteção que as carteiras digitais ganharam espaço, especialmente durante a pandemia. Em uma pesquisa realizada pela Toluna, 89% dos entrevistados disseram ter aderido a esse meio de pagamento durante o isolamento social. Ainda, é esperado que 74% da população mundial adotem alguma e-wallet até 2025. Ou seja, esse é um movimento impossível de ser ignorado, e disponibilizar esse método no e-commerce possibilita à loja fazer parte desse crescimento.
BNPL (Buy now, pay later)
Talvez o nome seja novidade para você, mas assim que entender a proposta verá como ele já é bastante comum. O buy now, pay later ou “compre agora, pague depois” nada mais é do que o crediário digital. Assim como antes os consumidores parcelavam suas compras por meio do CDC (Crédito Direto ao Consumidor) oferecido nas lojas, agora podem fazer isso online, diretamente no checkout.
O BNPL já é consolidado em vários países, como nos Estados Unidos, onde 69% dos Millennials (nascidos entre 1981 e 1996) e 42% da geração Z (entre 1997 e 2010) disseram não comprar caso essa opção não esteja disponível. No Brasil, especialistas comentam que o momento é de maturidade, mas também apostam nesse meio de pagamento como responsável por 4,2% das compras virtuais em todo o mundo até 2024.
Então, quais oferecer no checkout?
Pode ser que, ao longo deste texto, você tenha pensado que o boleto bancário será substituído pelo Pix ou o BNPL tomará o lugar do cartão de crédito. Entretanto, é bom frisar que uma solução não substitui a outra, elas são complementares. Quem opta pelo crediário digital pode não ter acesso ao cartão de crédito, enquanto há quem ainda considere o boleto bancário uma opção mais segura do que o Pix.
O fato é que o consumidor precisa de opções, e oferecê-las é potencializar as chances de conversão. Como mostramos no início do artigo, 80% desistem da compra por conta dos meios de pagamento e, em um ano em que se espera um faturamento de R$ 174 bilhões (9% a mais que no ano anterior), não dar escolhas para o cliente é perder uma grande chance de participar desse bom momento.
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