A forma de captura de dados é a maior mudança quando comparamos o Analytics Universal com o GA4. No antigo, os tradicionais tagueamentos poderiam ser uma verdadeira dor de cabeça e até um bloqueio da parte de analistas mais iniciantes.
Agora, existe uma única tag de configuração, que, além de já capturar o dado, faz outros tipos de acompanhamentos, nativamente, como scroll, downloads, conversões e diversos outros eventos.
Por isso, se fosse para definir o GA4 com uma palavra-chave, seria “eventos”. E nesse sentido, a ferramenta facilitou muito o dia a dia de análise de dados, já que os relatórios estão mais ricos de informações, além de intuitivos em suas criações personalizadas.
Como o novo modelo de captação de dados impacta no SEO
O modelo de captação de dados mudou não só para estar em conformidade com a proteção de dados de usuários, mas também para se adaptar às necessidades do mercado, que hoje é multiplataformas e muito mais interativo.
Sendo assim, uma das mudanças na coleta de dados, e que impacta o SEO, foi:
– Como era no Universal: a informação é coletada com base em um período de tempo específico e nos dados de interatividade do usuário durante ele. Ou seja, apenas um usuário contabilizava diversas metas em uma única sessão.
– Como é no GA4: agora, quem gera as sessões é um evento já pré-configurado na ferramenta, chamado de session_start. Ele, por sua vez, utiliza o primeiro e o último evento de uma sessão para contabilizar sua duração. Além disso, os eventos estão muito mais ricos e detalhados por padrão.
Então, é quase impossível não notarmos diferenças nos números de acessos orgânicos. Por isso, o maior desafio de quem trabalha com SEO é:
– Ter a maturidade para entender e interpretar a discrepância entre dados, porque elas acontecem, e se isso impacta o resultado realmente ou não;
– Para quem atende clientes, explicar de forma clara e objetiva os efeitos da transição da ferramenta – para que não se assustem com a diferença entre os dados;
– Usar o Search Console como apoio para comparação de dados, históricos, análise de quedas e crescimentos.
Como aproveitar as vantagens do “novo”
Isto não é só para quem trabalha com SEO, mas para todos os profissionais que precisam fazer análise de dados: nos acostumamos com um formato que entregava “tudo pronto”. Isso quer dizer que, no Analytics Universal, tínhamos uma infinidade de relatórios, mas eles já estavam ali, formatados e acessados com poucos cliques.
Agora, temos ainda mais possibilidades de relatórios para olhar, com dados coletados de forma automática, sem precisar se preocupar com trackeamentos difíceis e diferentes tags. Mas precisamos criar relatórios, escolher as métricas e as dimensões que desejamos ver, pois nada está pronto – tudo precisa ser personalizado da forma que gostaríamos. E isso assusta, é verdade.
Por outro lado, agora com o GA4, o analista de SEO consegue tirar insights muito mais ricos, principalmente da parte que atrela conversão e UX ao orgânico. Conseguiremos responder algumas perguntas mais facilmente, como: “Esse usuário que veio do orgânico clicou no meu botão? Rolou a página até o final? Fez uma compra? Engajou? Olhou um vídeo?”, entre outras.
Afinal, analisar resultados orgânicos não se trata somente de acessos. Cada vez mais, os profissionais precisam se adaptar ao mercado e começar a entrar mais fundo em suas estratégias, olhando para outros KPIs. E nesse sentido, o GA4 vai ser uma ferramenta poderosa na mão de quem souber usar – e tiver curiosidade e vontade de explorar.