Logo E-Commerce Brasil

Retail media: como a 3ª onda de tecnologia está transformando o mercado publicitário

Por: Rodrigo Martins

co-CEO da Voxus

Com passagem por áreas de planejamento estratégico e finanças em indústrias, é o atual responsável pelas áreas de negócios e produto da Voxus, tendo experiência com a estruturação de times de vendas, atendimento e desenvolvimento de novos produtos.

O mundo digital tem sofrido rápidas mudanças, muito impulsionado por evoluções tecnológicas, legislações relacionadas a algoritmos e à segurança de dados. E-commerces e marketplaces, vendo essa transformação, reconheceram uma oportunidade de reinventar a maneira de conectar marcas e consumidores. Assim, o retail media surge como protagonista dessa metamorfose.

Em meio à constante evolução do mercado publicitário, o retail media aparece como uma solução estratégica poderosa, alinhando as necessidades e os desejos de marcas, varejistas e consumidores.

Nesse cenário, o retail media apresenta-se como uma solução estratégica, tendo ganhado destaque em mercados influentes, como os dos EUA e da China, em que 45,3% dos investimentos em mídia digital do país são canalizados para o retail media, conforme dados da eMarketer.

Maiores destaques do retail media

Para termos uma ideia do potencial dessa tecnologia, vamos observar alguns pontos importantes em que o retail media se distingue de outras mídias:

Uma evolução centrada no consumidor

Em um mundo onde consumidores são bombardeados com anúncios, ser relevante nunca foi tão importante. E aqui a personalização é a chave, já que o foco em retail media é claro: disponibilizar uma comunicação ultrapersonalizada para todos os integrantes desse ecossistema, seja anunciante, seja consumidor.

Atualmente, as pesquisas dos usuários se concentram nos produtos, e muitas vezes a marca fica em segundo plano. Nessa lacuna, o retail media permite que as marcas marquem presença, influenciando a decisão de compra e tornando-se mais memoráveis durante a jornada do consumidor.

Integração entre dados e estratégia

Dados são o ouro do século XXI e, pensando de forma pragmática, o retail media dentro desse universo, bem, ele é o minerador. Ele permite que o varejo maximize o uso de seus dados qualificados, transformando-os em campanhas mais autênticas e eficientes. É uma simbiose: dados de alta qualidade alimentam campanhas de alta performance.

Com o fim iminente dos cookies de terceiros, a dependência de dados first-party cresce exponencialmente. E é aqui que o retail media se destaca novamente, utilizando esses dados para criar estratégias mais assertivas e personalizadas.

Conexão entre o digital e o físico

O retail media não só decifra a jornada digital do consumidor, mas também traça paralelos com o mundo físico, e isso permite, por exemplo, perceber como um anúncio online influencia uma compra offline no varejo físico, e essa conexão é bidirecional.

Se os dados mostram que consumidores de uma determinada região têm preferência por um produto, por que não usar essa informação para personalizar anúncios em lojas físicas daquela área? Assim, é possível fazer com que esses dois mundos conversem e trabalhem juntos para melhorar os resultados da marca.

Mais que uma tendência, uma necessidade

No coração do retail media, está a colaboração. Essa abordagem não apenas fortalece a relação entre marcas e varejistas, mas também enriquece a experiência do consumidor. Ao permitir que marcas aproveitem os dados e insights dos varejistas, o retail media proporciona campanhas mais alinhadas com o comportamento do consumidor. Para os varejistas, isso significa maior valor de seus espaços publicitários; para as marcas, melhor retorno sobre investimento e, para o consumidor, anúncios mais relevantes alinhados com as suas necessidades e menos intrusivos.

Diversidade na implementação

O Retail Media oferece uma gama variada de abordagens para sua implementação nos e-commerces. Enquanto empresas como a Amazon optaram por desenvolver plataformas publicitárias internas, outras, como o Carrefour, escolheram colaborar com líderes tecnológicos estabelecidos. Em ambos os casos, a tecnologia funciona da mesma forma, e essas opções ajudam a ilustrar a adaptabilidade do retail media, permitindo que empresas de diferentes tamanhos e capacidades técnicas aproveitem seus benefícios.

A perspectiva brasileira

No cenário brasileiro, embora o retail media ainda esteja em sua fase inicial, ele está crescendo rapidamente. Empresas líderes, como Amazon Ads, Mercado Livre Ads e Americanas Advertising, já estão explorando suas possibilidades. Além disso, estudos recentes indicam que a maioria dos varejistas brasileiros já estão experimentando ou planejam integrar o retail media em suas estratégias. Isso sugere um horizonte no qual o retail media poderá se tornar uma peça central da publicidade digital no país.

O mercado brasileiro, conhecido por sua rápida adoção de tendências digitais, apresenta um enorme potencial para o retail media. O fato de grandes players como Mercado Livre Ads e Americanas Advertising já estarem investindo nesse espaço é um testemunho de sua importância. Contudo, não são apenas os gigantes do e-commerce que podem se beneficiar. Varejistas menores, armados com dados corretos e parcerias estratégicas, têm a chance de competir em um nível mais equilibrado.

Conclusão

Em meio à constante evolução do mercado publicitário, o retail media aparece como uma solução estratégica poderosa, alinhando as necessidades e os desejos de marcas, varejistas e consumidores. À medida que mais empresas reconhecem seu valor, sua adoção no Brasil e em outros mercados emergentes deve acelerar. Para marcas e anunciantes que buscam maior engajamento e eficácia, o retail media não é apenas uma tendência, mas um pilar fundamental para a publicidade em um futuro próximo.