Em 2020 vimos varejistas de diversos portes estruturarem suas operações a fim de dar conta da alta demanda vinda do comércio eletrônico. O resultado não poderia ser diferente. O faturamento do segmento mais que dobrou, crescendo 122%, segundo pesquisa da Neotrust em parceria com Câmara Brasileira de Economia Digital. Tal crescimento colocou o Brasil em segundo lugar dentre os mercados que mais avançaram neste setor, e dentre os 12 maiores do mundo, segundo relatório E-marketer. A expectativa para o próximo ano também é de crescimento. O mesmo relatório aponta que o Brasil será o primeiro país a recuperar os níveis de vendas do varejo do período pré-pandemia.
Depois de toda adaptação realizada nos primeiros meses da pandemia, agora estamos acompanhando uma fase de aprimoramento das operações do varejo eletrônico. Trata-se de uma fase que tem contado cada vez mais com fatores que elevem a experiência de compra do consumidor, como a agilidade na entrega.
Grandes players como a Amazon e Mercado Livre estruturaram suas operações para atender seus clientes com entregas no mesmo dia, sistema chamado de “Same Day Delivery”. A Amazon, por exemplo, já atuava com entregas no mesmo dia em outros países e trouxe a dinâmica para a região da Capital Paulista, com potencial de expansão para outras localidades em breve. No caso do Mercado Livre, além da Grande São Paulo, a empresa entrega também nas regiões metropolitanas de Florianópolis (SC) e Salvador (BA). Já o Magazine Luiza anunciou recentemente a aquisição de uma plataforma de entrega ultrarrápida. Na prática, irá permitir entregas na mesma hora da compra a partir do sistema “ship from store”, operação que será viável com a transformação de suas lojas em pequenos centros logísticos. A Via Varejo também anunciou a “Same hour delivery” para o terceiro trimestre.
Em todos estes casos, para garantir tamanha agilidade, é preciso contar com uma série de fatores, como: investimento em centros de distribuição; tecnologia para gestão e transporte e, um robusto processo de automação para embalagens nas operações de fulfillment. Além disso, tudo precisa funcionar de maneira integrada.
No caso das grandes operações, um sistema de empacotamento 100% automático tem capacidade para fazer até 1.800 pacotes por hora, volume dificilmente atingido apenas com o trabalho manual. Além da alta velocidade que os sistemas de “Same Day Delivery” demandam do fulfillment, é preciso eliminar erros e garantir que o pacote favoreça a experiência positiva para o consumidor. Com a automação, um envelope de proteção, por exemplo, pode ser produzido de acordo com as dimensões do produto, otimizando material e beneficiando a operação com mais economia e sustentabilidade.
Não há dúvidas de que a corrida entre quem entrega mais rápido gera importantes benefícios para desenvolvimento do mercado e para o consumidor. Mas a grande verdade é que, seja o “Same Day Delivery” ou “Same Hour Delivery”, o que importa realmente é garantir que o produto chegue de forma perfeita para o consumidor. Isso gera mais confiança para o segmento de vendas online no Brasil e, consequentemente, mais investimentos. E só assim poderemos partir para a grande pergunta. Qual será o próximo passo do e-commerce no Brasil?