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Setor da saúde é líder de vendas no e-commerce, mas não deve ser banalizado!

Por: Rodrigo Alberto Correia da Silva

Formado em Advocacia pela Faculdade PUC/SP, fundou a Correia da Silva Advogados, escritório e consultoria com 20 anos de existência. Aos 25 anos, foi mestre com a tese transformada em livro "Regulamentação Econômica da Saúde", e assumiu a liderança dos Comitês de Saúde da Amcham e da Britcham com 30 anos. Aos 33 se tornou Conselheiro e Presidente da Filial/SP da Britcham. Atualmente com 43, leciona no MBA/FGV e é CEO da Suprevida, primeira plataforma de informação, contratação de serviços e produtos médicos para quem busca saúde ao seu lado.

Comprar pela internet já é um hábito comum para as pessoas e é o que mais tem crescido entre os consumidores de plantão, inclusive no Brasil. Só no país, o faturamento do comércio eletrônico já ultrapassou a marca de R$ 53 bilhões no último ano, segundo o Webshoppers, relatório com informações sobre o e-commerce no Brasil elaborado pela Ebit, empresa de certificação de lojas virtuais.

Uma grande novidade desse mercado é que o setor da saúde é o que lidera as vendas em compras virtuais. Ainda de acordo com o mesmo estudo, em 2019 os pedidos online de medicamentos, insumos médicos, perfumaria e cosméticos expandiram 112% se comparado ao ano de 2018, um número que representa 35% do faturamento no país.

Mas, esse aumento tem uma explicação — as pessoas estão muito mais engajadas e diariamente conectadas em busca de serviços eficientes, sem a necessidade de sair de casa. Outro fator está relacionado a facilidade de encontrar na internet valores abaixo do que são comercializados em lojas físicas, atraindo cada vez mais os usuários.

Além disso, o crescimento do consumo online por itens médicos também se deve a precariedade de cobertura do varejo offline e o aumento da população idosa no Brasil que também representa uma parcela considerável ao acesso à internet, especialmente via celular. Para se ter uma ideia, o levantamento sobre Macrotendências Mundiais da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), afirma que até 2030 o mundo terá cerca de 836 milhões de idosos, sendo que atualmente são 608 milhões. Esse número irá representar 11,4% da população no Brasil que agora é de 7,8%.

É possível perceber que com o aumento da faixa etária da população com mais de 65 anos, uma nova demanda foi criada para o setor farmacêutico e itens médicos. Diversos produtos estão sendo lançados e boa parte deles podem ser disponibilizados na internet, facilitando a acessibilidade das pessoas à qualidade de vida que o segmento oferece.

Todavia, mesmo com alta demanda, não dá para descartar o fato de que os usuários buscam, acima de tudo, segurança na transação, qualidade de vida e autonomia para cuidar bem de sua condição de saúde e manter uma vida agradável e produtiva. E, quando se trata do autocuidado, toda atenção é essencial em na experiência do consumidor, no momento da venda e da entrega das compras, afinal é válido lembrar que são produtos essenciais para as pessoas que estão enfrentando um momento frágil.

Por fim, acredito que as soluções tecnológicas voltadas para a saúde, não devem ser generalistas, pois precisam atuar com o foco, responsabilidade e acolhimento que o setor demanda. Além de comodidade e economia, o paciente ou familiar também busca, entre outros critérios, informações sobre o item que pretende adquirir e assuntos relacionados a ele. Lidar com o bem-estar das pessoas exige atenção e oferecer um serviço direcionado e personalizado é ter um diferencial. Já pensou nisso?