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Tecnologia em ação: tendências para o varejo em 2024

Por: Alisson Aguiar

Global Retail Practice Senior Director da Compass UOL

Formado em Ciência da Computação pela UPF e com MBA em Tecnologia Aplicada a Negócios pela ESPM, Alisson é Global Retail Senior Director da Compass UOL. Ao longo dos últimos anos, tem se dedicado a projetos de digitalização do varejo para empresas do Brasil e exterior por meio do uso de plataformas e tecnologias de parceiros estratégicos com atuação global.

O setor varejista está constantemente em mutação, impulsionado pela incessante evolução tecnológica. À medida que nos aproximamos de 2024, novas tendências emergem, prometendo redesenhar a experiência de compra e redefinir as estratégias empresariais. Com dados de mercado e insights, é possível explorar as principais tendências e adquirir direcionamentos para as companhias se prepararem para essa transformação iminente.

A evolução tecnológica no varejo exige adaptação constante para atender às mudanças. Investir em tecnologias impactantes e entender o cliente profundamente são chaves para o sucesso em um cenário varejista dinâmico.

IA, RA e RV

A inteligência artificial (IA) e a IA generativa serão fundamentais para dar sequência à personalização em larga escala, permitindo recomendações precisas e experiências altamente adaptadas com base no histórico de compras, nas preferências e até mesmo no comportamento em tempo real.

A adoção crescente da realidade aumentada (RA) e da realidade virtual (RV) também é uma aposta para revolucionar o varejo no próximo ano, pois possibilitará que os usuários experimentem produtos virtualmente, diminuindo as incertezas associadas às compras online e, consequentemente, as estratégias que integram essas tecnologias ao cotidiano serão vitais para diferenciar as marcas.

De acordo com a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), a receita global do varejo em 2022 foi de US$ 28,8 trilhões, dos quais 19,8% tiveram origem no e-commerce. No Brasil, as vendas online equivaleram a 10% do faturamento total do varejo (R$ 1,7 trilhão) no mesmo período.

Segundo uma iniciativa da Stone, empresa de tecnologia e serviços financeiros, em parceria com o Instituto Propague, que apresenta dados mensais de movimentação varejista, a nona edição do Índice de Atividade Econômica Stone Varejo elaborada pelas duas companhias apontou um crescimento anual de 1,6% do volume de vendas do varejo nacional em 2023.

Social, automação e live streaming

Em 2024, o varejo continuará a ser profundamente influenciado por mudanças sociais e culturais que moldam as expectativas dos consumidores. Outro elemento que deverá ganhar potência no próximo ano é a automação, impulsionada pela IA, que assumirá um papel ainda mais determinante em processos como atendimento ao cliente, logística e personalização de campanhas de marketing. Chatbots mais inteligentes e sistemas automatizados vão agilizar as interações e melhorar a eficiência operacional.

As estações de live streaming devem emergir como uma ferramenta para impulsionar vendas, oferecendo uma experiência imersiva e interativa aos clientes, uma vez que essas transmissões ao vivo exibem produtos e proporcionam um espaço para a conexão autêntica entre marcas e consumidores, propiciando que eles façam perguntas, recebam feedback instantâneo e participem de eventos exclusivos, o que ajuda a gerar um aumento significativo nas vendas e na fidelidade à marca.

Sustentabilidade, loyalty programs e robotização

A maior influência da consciência ambiental e das atitudes em relação ao consumo sustentável tornou-se um amplificador das estratégias de varejo nos últimos anos, resultando em organizações mais comprometidas – desde a produção até a entrega – a reduzir seus impactos negativos no meio ambiente. Para dar sequência a essa tendência, a tecnologia seguirá desempenhando um papel crucial ao viabilizar processos mais eficientes e eco-friendly, da implementação de embalagens sustentáveis à otimização da cadeia de suprimentos, a fim de reduzir o desperdício.

Os loyalty programs seguirão como outro aspecto em ascensão no setor varejista por serem mais personalizados e orientados por dados e utilizarem a IA para entender melhor as preferências individuais dos clientes e oferecer recompensas e ofertas altamente relevantes. O crescimento do reconhecimento dos influenciadores digitais e comunidades de nicho tem redefinido o marketing de influência, priorizando o engajamento autêntico sobre o alcance massivo. Esses criadores de conteúdo nichados serão cada vez mais capazes de estabelecer conexões genuínas, aumentando a confiança e impulsionando as vendas de maneira mais direcionada e eficaz.

Por fim, a robotização das entregas de e-commerce continuará a ganhar destaque, com drones e veículos autônomos sendo mais utilizados para agilizar e aprimorar a última etapa da jornada de compra, garantindo uma logística mais rápida e precisa.

Tecnologias emergentes

De modo geral, as corporações precisam priorizar investimentos em tecnologias emergentes, o que inclui o desenvolvimento de uma infraestrutura digital robusta e a aquisição de ferramentas de IA generativa para impulsionar a inovação e a coleta e análise de dados do cliente, uma vez que, juntas, essas medidas são capazes de compreender melhor as demandas individuais e ajustar as estratégias de vendas e relacionamento de maneira assertiva.

Para além da modernização, o preparo de equipes para lidar com tecnologias emergentes é fundamental, o que abrange o oferecimento de treinamento e a capacitação dos profissionais envolvidos.

A verdade é que a evolução tecnológica no varejo precisa se adaptar continuamente para atender às inúmeras demandas em constante mudança. Por isso, investir em tecnologias que realmente fazem a diferença e compreender profundamente o cliente serão a chave para o sucesso em um cenário varejista cada vez mais dinâmico e funcional.