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5G é grande aposta do varejo até setembro de 2022

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado digital desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

A partir de setembro de 2022 5G passará a fazer parte da realidade dos brasileiros e pouco a pouco será integrado às operadoras de todas as cidades do País. Mas, afinal, o que é o 5G e como ele pode impactar a experiência do consumidor e a conversão do e-commerce?

A partir de setembro, a conexão 5G vai beneficiar os usuários de todas as capitais brasileiras.

O 5G nada mais é do que a evolução natural do serviço de internet móvel, que garante maiores vantagens aos usuários. Mais do que uma navegação mais rápida, ele pode também maior amplitude de alcance e uma conexão mais estável que os seus predecessores, o 3G e o 4G. 

Na quarta-feira, 06, Brasília fez sua estreia como a primeira capital do Brasil a receber a tecnologia. Espera-se que em breve Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre também entrem para a lista, e, até o final de setembro, as demais capitais do País. Para que todo território nacional tenha a cobertura 5G, a Anatel estipulou um prazo de 7 anos.

“O cumprimento do compromisso e qualidade dos serviços não dependem exclusivamente das operadoras, mas também dos próprios municípios, tendo em vista por exemplo que existem leis municipais de antenas de cada capital que precisam estar alinhadas com os dispositivos da legislação federal”, explica o professor de Governança de TI da Faculdade Impacta,  Mathias Naganuma.

Como o 5G funciona?

Para conseguir entregar mais velocidade, o 5G usa melhor os espectros de rádio, além de permitir que mais de um milhão de aparelhos por metro quadrado ao mesmo tempo. 

A novidade chega em tempo de atender outros aparelhos além dos tradicionais smartphones, como eletrodomésticos e equipamentos eletrônicos inteligentes – televisores, máquinas de lavar, geladeiras – até outros itens ainda mais dinâmicos, como carros e sistemas de segurança. 

Por enquanto, Vivo, Tim e Claro são as operadoras que conseguirão disponibilizar o serviço de acordo com a cobertura e alcance das cidades em que o 5G estiver disponível.

O que muda na prática?

O 5G chega a uma velocidade de navegação e download de 10 a 20 Gbps, 20 vezes mais rápida que a versão 4G tradicional, que registra velocidade de até 1Gbps.

Lembrando que  1 Gbps (gigabites por segundo) = 1.024 Mbps (megabytes por segundo), e que mesmo podendo chegar a 1 Gbps, a maior parte das frequências 4G opera com 45 Mbps e as 3G com 8,82 Mbps. Ou seja, o salto para as possibilidades do 5G são consideravelmente mais atraentes em termos de velocidade, usabilidade e possibilidades de upload e download. 

Em um cenário que cada vez mais todos os equipamentos estão simultaneamente conectados e os smartphones se tornaram parte essencial não só pelo lazer dos usuários brasileiros, como também de seus trabalhos e estudos, a conexão 5G pode inclusive possibilitar novas relações com o ambiente digital. 

Para Naganuma, uma das maiores preocupações é com relação à aptidão de gestores em entender a tecnologia pelo ponto de vista da implementação. De acordo com uma pesquisa realizada pela Deloitte, apenas 11% dos gestores de tecnologia se consideram capazes de trabalhar com o 5G.

A novidade enfrenta outro empecilho: nem todos os aparelhos estão adaptados ou suportam a nova frequência. Enquanto isso, o mercado tem tempo de se adequar e pensar em estratégias focadas nas possibilidades. 

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Ficção x realidade

A promessa do 5G se estende para além dos aparelhos smart e chega a uma questão de interação entre a sociedade e a tecnologia. Com a nova conexão, já se discute se o 5G não seria o substituto do wi-fi, devido a possibilidade de conectar vários dispositivos.

O 5G deve diminuir a latência (atraso e tempo de resposta) em jogos e tornar vídeos e videochamadas em alta resolução mais práticas e sem interrupções, por exemplo. Tá, mas e para o e-commerce?

Um relatório divulgado pela EMIS, plataforma digital do Grupo ISI Emerging Markets, estima que o 5G seja capaz de gerar um aumento de 3,8% nas vendas no Brasil ainda em 2022. 

Alguns países da Ásia, como China e Coreia do Sul, registraram mudanças significativas na relação das marcas e consumidores depois de difundirem o 5G. Em outubro de 2021, após a implementação da nova frequência, a China registrou um aumento de 4,9%. Lá, já são 350 cidades com acesso à internet mais rápida.

A vida fica cada vez mais parecida com um episódio de The Jetsons, desenho animado em estilo sitcom produzido pela Hanna-Barbera na década de 1960, com remake em 1980. Com um design futurista, o desenho contava a história de uma família que vivia no espaço e desfrutava o que muitos acreditavam ser “o futuro da humanidade”.

Isso porque tudo no dia a dia das personagens era tecnológico e inteligente. De maneira bastante pitoresca, a robô Rosie, empregada doméstica da família, desempenhava muitas das funções que atribuímos hoje às tecnologias de assistência por voz, como é o caso da Alexa.

Os Jetsons previram o futuro?

As empresas que apostam no Metaverso e na realidade virtual também vão se beneficiar da conectividade mais rápida e com menores delays. As propostas de live e social commerce também ficarão mais fáceis de desempenhar.

Internet das Coisas

No Brasil, as apostas estão sobre a chamada Internet das Coisas (em inglês, Internet of Things, ou IoT), ou seja a conexão de softwares, dados e acesso à internet com objetos do dia a dia, e na democratização ainda maior do acesso à internet por parte dos consumidores.

A Internet das Coisas já é uma realidade na casa de muitos brasileiros.

“Para consumidores, o ganho a curto prazo é uma melhor qualidade de acesso. A médio e longo prazo, serão novos serviços e formatos disponibilizados em função do potencial da nova tecnologia. Para quem empreende, há todo um universo de novos produtos e formatos a explorar. Mas já em um primeiro momento, a nova tecnologia garante melhor qualidade de acesso aos usuários, que se traduz em mais oportunidades de comunicação entre o empreendedor e seus potenciais clientes”, explicou Yuri Menck, gerente de marketing e comunicação na Lumen.

O executivo acredita ainda na importância de equipar os dispositivos para um aumento nas interações por voz, inclusive relacionadas às compras, como acontece com assistentes virtuais.

“O IoT está já presente em processos industriais, na logística e no comércio, permitindo que sensores e atuadores eletrônicos automatizem diversas atividades”, ele explica. Um dos maiores exemplos já aplicados à nossa realidade é o trânsito: GPS e painéis que informam a chegada estimada de ônibus já contam com soluções do tipo. 

“Com o 5G a tendência é que o IoT avance nas soluções residenciais de automação, e até mesmo em soluções individuais e personalizadas”, ele acredita.

Já o professor Naganuma completa que “o 5G transforma e permite uma eficiência muito maior ao negócio pois potencializará o cloud computing, análise e banco de dados com processamento muito mais rápido para entender o comportamento do consumidor, otimizando todas as cadeias e processos nas empresas”

O que será da Huawei?

O que a Huawei tem a ver com essa história? A resposta é simples: a Huawei é responsável por disponibilizar a internet 5G para alguns países e vinha crescendo a passos largos no ramo tecnólogo. Desde 2019, no entanto, a empresa enfrenta dificuldades em oferecer seus serviços e produtos para diversos países, nos quais sofre um embargo. 

A gigante de tecnologia está associada a polêmicas de vazamento de dados para o governo Chinês. Além disso, o Google suspendeu os serviços Android para os dispositivos da marca, o que dificulta ainda mais sua atuação. 

No Brasil, no entanto, a Huawei não está banida, e pode oferecer seus serviços às operadoras de telefonia móvel se houver procura e demanda. Vale ressaltar que este serviço seria oferecido às companhias, já que em 2021 a Huawei não participou do leilão do 5G, restrito às operadoras telefônicas, para determinar quais empresas brasileiras poderiam disponibilizar a tecnologia.

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Por Júlia Rondinelli, da redação do E-Commerce Brasil