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77% dos brasileiros compram em e-commerces internacionais

Por: Helena Canhoni

Jornalista

Bacharel em Comunicação Social pela ESPM. Experiência em tráfego pago, cobertura de eventos, planejamento de marketing e mídias sociais.

Os hábitos de consumo dos brasileiros estão passando por mudanças significativas e, em 2023, 77% dos brasileiros realizaram pelo menos uma compra em sites internacionais, atraídos pela variedade de produtos, raridade ou preços mais baixos. Aproximadamente, 90,83 milhões de pessoas fizeram compras internacionais nos últimos 12 meses.

O número de compras apresentou uma média de 3,9 e teve um gasto de R$202.

Média de compras em sites internacionais, gráfico da pesquisa da CNDL
Imagem: reprodução (fonte: CNDL)

As informações são das pesquisas realizadas pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, o comércio digital vem ganhando cada vez mais destaque no país.

Weslei Lima, gestor do Mercado Topográfico, acredita que esse comportamento reflete um maior acesso à tecnologia e um aumento do poder de compra.

Detalhes das compras

Entre os consumidores, 59% adquiriram vestuário, calçados e acessórios, 37% acessórios para celular/tablet ou computador, 36% artigos para casa e 23% cosméticos ou perfumes.

Principais categorias compradas em sites internacionais, gráfico da pesquisa da CNDL
Imagem: reprodução (fonte: CNDL)

Com maior popularidade para as compras estão Shopee (80%), Amazon (59%), Shein (54%) e Aliexpress (36%). Mais da metade dos clientes, 55%, preferem comprar em lojas de sites asiáticos, mesmo cientes que podem prejudicar o comércio local, aponta o estudo.

Principais sites usados para compras internacionais, gráfico da pesquisa da CNDL
Imagem: reprodução (fonte: CNDL)

Entre os principais motivadores para as compras internacionais são:

  • Preço reduzido (76%);
  • Economia de gastos (76%);
  • Maior variedade de produtos (48%); e
  • Produtos raros, difíceis de encontrar ou que não estão à venda no Brasil (34%).

Para 90% dos clientes, a pesquisa de preço em sites do Brasil é comum antes de comprar internacionalmente –  54% afirmam fazer isso sempre e 36% às vezes. Já com relação aos meios de pagamento, os dois principais são cartão de crédito (53%) e pix (41%).

Meios de pagamentos mais comuns em sites internacionais, gráfico da pesquisa da CNDL
Imagem: reprodução (fonte: CNDL)

“Com acesso fácil à internet, todos têm a oportunidade de garimpar produtos de acordo com sua necessidade, mesmo fora do Brasil, o que, por si só, mostra como o mercado nacional carece de políticas públicas e outras medidas para, pelo menos, aumentar a competitividade”, comenta o executivo.

Cuidados essenciais

Frente às mudanças de legislação, o levantamento aponta que 88% dos consumidores verificam as taxas antes de fechar a compra, pois o valor cobrado afeta diretamente no custo benefício da produto. 

Classificação demografica dos consumidores que observam taxas de impostos, gráfico da pesquisa da CNDL
Imagem: reprodução (fonte: CNDL)

Entretanto, 45% revelam não possuem conhecimento de quais taxas estão envolvidas nas compras internacionais. Enquanto isso, 55% dizem saber, mas não têm plena informação de todos os impostos inclusos.

Além disso, visando garantir a segurança contra golpes, 54% só compram em sites conhecidos ou indicados, 44% procuram avaliações em sites de reclamações e no próprio anúncio e 42% pesquisam a reputação da loja antes de finalizar a compra. 

Medidas de segurança para compras em sites internacionais, gráfico da pesquisa da CNDL

Considerando a última compra, 75% relataram que não tiveram problemas. Porém, 21% tiveram algum tipo de contratempo, o estudo mapeou cinco principais: suporte ao cliente (7%), entrega fora do prazo (6%), produto diferente do anunciado/foto (4%), não recebeu o produto (4%) e produto danificado ou com defeito (4%).

Finalizando, as principais desvantagens das compras internacionais aparecem como:

  • Tempo de entrega (49%);
  • Baixa qualidade (36%);
  • Dificuldade para troca (35%); e
  • Compra barrada na alfândega e pagamento de taxa para retirá-la (33%).