Pesquisa desenvolvida pela Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil entre o último trimestre de 2015 e o primeiro deste ano “O uso do código de barras no Brasil: consumidores e empresas” demonstra a relevância do código de barras na decisão de compras do consumidor e no desempenho comercial e de gestão das principais empresas do país. Com foco nos hábitos do consumidor, esta foi a segunda fase do trabalho apresentado em junho de 2015 em parceria com a consultoria H2R Pesquisas.
As entrevistas foram aplicadas nos estados de São Paulo, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Sergipe e do Distrito Federal. Foram consultados 477 consumidores maiores de 18 anos, com acesso a smartphone, e 159 empresas que atuam em Indústria, Agronegócio e Comércio. O universo abrangido pela pesquisa é o de empresas que oferecem produtos acabados e destinados ao consumidor final e identificados por código de barras. “Iniciamos uma série de trabalhos sem precedentes no Brasil no segmento de automação; a partir de agora, teremos base prover números relevantes, que servirão de referência para a indústria, distribuição e comércio”, afirma João Carlos de Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil.
Nessa fase, a pesquisa teve início consultando consumidores, a fim de delinear o seu comportamento de compra. A primeira constatação é de que a tecnologia se instalou definitivamente nos hábitos do brasileiro, sendo que 87% dos entrevistados afirma ter o hábito de usar a internet como meio de compras, além da presença física nas lojas de varejo. Somente 9% deles revela comprar pessoalmente, sem usar a tecnologia, e 4% têm a internet como meio exclusivo de compras. Daqueles que preferem comprar pessoalmente, 30% têm acima de 55 anos de idade.
Atividade rotineira da população, o consumo ocupa uma hora por dia dos entrevistados, em média. 52% deles afirma dedicar esse tempo diário às compras. Já os que se ocupam até duas horas diárias ao consumo somam 31%.
Quanto mais tempo dedicado às compras, mais bem informada a população está em relação à qualidade, recursos, validade e matéria-prima de seus objetos de desejo ou alimentos. E é nesse ponto que os padrões GS1 que orientam a automação comercial auxiliam não somente as empresas da cadeia de abastecimento, mas também o nível de informação do consumidor. Por exemplo, o padrão mais comum, o código de barras de identificação de produtos, agrega informações como consulta de preço, data de validade, referências do produtor/indústria e procedência.
Outras informações consideradas hoje muito importantes para a população como qualidade, prazo de entrega no e-commerce, informações nutricionais e composição podem estar contidas em outros tipos de códigos padronizados mundialmente pela GS1.
Novo consumidor
Não é novidade que a tecnologia móvel e o acesso são recursos definitivos incorporados à vida da população da maior parte do país. Portanto, um dos resultados do trabalho aponta o interesse das pessoas por novas tecnologias e seu novo comportamento de consumo. Hábitos como anotar preços em papel ou esperar por anúncios comerciais na tevê já não são lembrados, em detrimento da velocidade da informação via internet. Observa-se, então, que o código de barras assume relevância cada vez maior para os brasileiros, principalmente se associado a aplicativos móveis. Entre os consumidores entrevistados, 88% revelam que as novas tecnologias facilitam o dia a dia. 78% deles sentem-se confortáveis em testar as novidades e 46% procuram descobrir o quanto antes a utilida de das novas tecnologias.
A Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) começa a influenciar o cotidiano. 62% das pessoas entrevistadas afirmam que IoT mudará seus hábitos de consumo. Os entrevistados dizem que seu smartphone está conectado a, pelo menos, três dispositivos domésticos. Entre eles, os mais comuns são o computador (76%), a tevê (55%) e o tablet (44%). Os demais são: automóvel (31%), aparelho de som (27%), acesso (20%), relógio (20%), itens esportivos (17%), câmera (16%), ar-condicionado (11%), eletrodomésticos (10%), iluminação (10%) e geladeira (10%).
Serviços web que usam smartphones para leitura de códigos de barras – tanto os lineares quanto os bidimensionais – inserem a Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil no cenário atual e do futuro de automação e informação ao consumidor. Inclui-se também como tecnologia promissora a identificação por radiofrequência (RFID, na sigla em inglês), baseada no EPC-Código Eletrônico de Produto. Hoje, já é realidade em vários processos de logística, compras e vendas das empresas. RFID é a tecnologia empregada no self-checkout, por exemplo, em lojas que privilegiam o autoatendimento do consumidor. “A associação hoje é referência em informação de tecnologias e padrões para empresas que se preparam para atender às demandas do novo consumidor, pois ele já determina como e quando seus fornecedores devem se automatizar”, acredita Virginia Vaamonde, CEO da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil.
Essa afirmação se constata pelas respostas da população quanto à percepção dos benefícios da leitura do código de barras nas embalagens – 92% consultam preços de produtos no varejo por esse meio. No futuro, as pessoas entendem que o código lhes será útil para consultar a validade de produtos (88%), identificação pessoal (83%), informações fornecidas pelo fabricante (80%), rastrear o que consome (73%), ampliar as informações do rótulo do produto (68%).
Empresariado
Mesmo diante de uma recessão econômica – ou mesmo em função dela – a inovação se mostra uma eficiente saída para atrair o consumidor. A intenção das empresas em investir até 63% de seu faturamento em inovação tecnológica se mostra surpreendente. Assim como na primeira fase da pesquisa, em 2015, os resultados surpreendem por demonstrarem o grau de maturidade do empresariado brasileiro em relação à automação de processos e à importância que o código de barras assumiu na gestão. Das empresas entrevistadas nessa fase do trabalho, 86,33% revelam que usam sistemas baseados no código de barras para venda de seus produtos. Para a compra de mercadorias, 76,55% consideram importante o código. Na gestão empresarial, 80,7% acreditam no c& oacute;digo como premissa para a administração e 90,35% definem que os códigos de barras são importantes para suas vendas.
Fonte: Decision Report