No terceiro dia do Fórum E-Commerce Brasil 2023, Maristela Calazans, Senior Director of Product Management do Nubank, subiu no palco de Tecnologia para falar sobre como o design de organizações de tecnologia é crucial para a estratégia de produtos.
“O primeiro passo é ter uma visão de produto definida em três pilares: visão de produto, clareza e como seu produto será no futuro. Para criar essa visão é preciso garantir que a companhia tenha objetivo estratégicos claros, assim como entender profundamente problemas e necessidades do usuário”, explica.
Experiência da executiva na OLX
A palestrante que atuou como vice-presidente de produtos da OLX Brasil, detalhou como funcionava a estruturação dos seus times. “Na OLX tínhamos como visão ser a maior e mais amada plataforma de marketplace e classificados do Brasil, impactando positivamente todos os envolvidos no ecossistema OLX. Entre os temas, gosto de destacar liquidez, democracia, segurança, verticalização, conveniência e variedade”.
Para alcançar a estratégia da OLX de ser fremium, Maristela executava a estratégia organizando o time em quatro verticais: produto ou funcionalidade, tipo de usuário, jornada, objetivo e unidade de negócio.
A teoria que suporta o desenho organizacional (Team topologies)
– Jornada especializada: times alinhados a um objetivo único (BU, user persona, etc). Tipo primário — os outros existem para reduzir a carga cognitiva desses times;
– Função facilitadora: composto por especialistas num dado domínio técnico, capacita a organização em habilidades;
– Especialistas: responsável por construir e manter uma parte do sistema altamente especializada. Entrega valor para outros sistemas;
– Plataforma: permite que os times de jornada especializada entreguem valor com o máximo de autonomia e reuso.
“Os quatro tipos fundamentais de times interagem de três formas principais. Entre esses tipos de interações possíveis entre os times temos: o ‘Colaboration’, onde os times que trabalham de forma coordenada e próxima por um período para descobrir novas coisas (APIs, tecnologias e práticas); ‘X-as-a-Service’, onde o time consome ou provem serviços com o mínimo de interação; e os que chamamos de ‘Facilitating’, em que os times ajudam a remover impedimentos, mentorando outros”, analisa Maristela.
Qual o tamanho ideal de times?
Ela entende que o melhor caminho é medir e monitorar produtividade e entrega para avaliar se a alocação de recursos está adequada para o nível de resultados que se espera. Entretanto, confidenciou que existe uma conta que é de 1 PM (Program Manager) para 5 a 9 engenheiros, assim como 1 PM para 1 a 2 desenvolvedores.
As perguntas que precisa responder para avaliar produtividade
– Qual frequência faz deploy?
– Quanto tempo o time leva para consertar algo errado?
– Quantas vezes faz mudança que traz uma falha no produto?
– Qual o percentual do tempo que o time está gastando para entregar produto de valor?
“A maior parte do tempo o time precisa fazer uma entrega de valor. Entretanto, tem o tempo para consertar bug, por exemplo. O equilíbrio de tempo é fundamental, pois sem isso não tem como dar certo. Precisamos entender que as estruturas são organismos vivos, não há uma única forma de se estruturar um time de produto. Existe aquela que faz mais sentido para a estratégia e objetivos definidos para atingir a visão. Mas, um conselho: não é bom fazer muita mudança o tempo todo, se não você nunca vai alcançar a maturidade do time”, finaliza Maristela.