A recente parceria entre Magazine Luiza e AliExpress, anunciada em junho, agradou aos investidores e trouxe uma reação positiva nas ações da varejista brasileira. Desde o anúncio, as ações do Magalu valorizaram 1,5%, tentando recuperar a tendência após uma queda de 36% acumulada no ano.
Analistas do JP Morgan destacam que o acordo aprofunda a oferta de produtos (3P) do Magalu, incorporando SKUs que anteriormente não eram foco da empresa, e opera sob uma estrutura onde a varejista brasileira não arca com o custo de entrega. Segundo eles, essa abordagem melhora as unidades de negócio e potencializa o aumento nas conversões e na recorrência de clientes.
O cross-border é visto como uma alavanca para aumentar a competitividade do marketplace para ambas as companhias — representa um desafio direto ao líder do e-commerce brasileiro, o Mercado Livre. Diante disso, a Genial e o BTG Pactual mantêm recomendações de compra para as ações do Magalu, com preços-alvo de R$ 19,50 e R$ 40, respectivamente.
O acordo
A presença de concorrentes estrangeiros no e-commerce é um desafio para as varejistas nacionais. A começar pela tramitação da ‘taxa da blusinha’, que destacou as alegações de concorrência desleal por parte das empresas brasileiras do setor.
Ao analisar um modelo de varejo mais agressivo, o Magalu anunciou uma parceria estratégica com a gigante chinesa AliExpress, buscando uma vantagem competitiva frente às rivais nacionais e se posicionando como um obstáculo para o Mercado Livre.
Venda cruzada entre os marketplaces
No dia 24 de junho, o Magalu comunicou que os produtos da plataforma chinesa, pertencente ao grupo Alibaba, seriam vendidos pela varejista brasileira. Frederico Trajano, CEO do Magalu, afirmou que a parceria visa diversificar os produtos disponibilizados nos marketplaces de ambas as empresas, beneficiando os consumidores com um portfólio amplo e serviço de qualidade.
Na prática, o AliExpress passará a ser vendedor no marketplace do Magazine Luiza (3P). Na outra mão, a varejista brasileira oferecerá produtos do seu próprio estoque na plataforma brasileira da companhia chinesa, incluindo itens da linha premium Choice.
De acordo com o relatório da Conversion, as gigantes asiáticas já dominam 15,4% do e-commerce brasileiro. No ranking das maiores lojas virtuais, o Mercado Livre lidera com 14,5% do market share nacional, seguido por:
- Shopee (9,2%);
- Amazon Brasil (7,8%);
- OLX (4,5%);
- Magazine Luiza (4,4%);
- e AliExpress (3,3%).