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Alimentos e bebidas no digital: estudo traz insights ricos para o varejo brasileiro

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

Em um de seus artigos publicados no E-Commerce Brasil, Leandro Alves, consultor de varejo digital, disse que o hoje o grocery representa cerca de 12% do e-commerce. Para Daniel Nepomuceno, Diretor de E-commerce do Tenda Atacado, esse pouco espaço que o varejo alimentar ainda tem no digital tem relação (também) pela digitalização tardia do segmento. “Essa dificuldade de transformação digital ocorre devido às expectativas irreais das empresas. Além disso, elas têm limitações de escopo, governança fraca e barreiras culturais nas organizações”.

Imagem de palestrante sobre o palco do evento falando ao microfone
Durante sua apresentação, Daniel Nepomuceno diz que a maioria dos brasileiros que compram via supermercado online escolhem o mobile para fazer a ação / Foto: Giuliano Gonçalves

Em busca de acelerar essa adesão do varejo alimentício ao digital e superar o desafio da digitalização, Daniel compartilhou no Congresso Grocery&Drinks parte de um estudo que fez para a conclusão de seu mestrado na área.

Riscos do varejo alimentar ao vender no marketplace

A seguir, você confere alguns pontos de atenção sobre os principais riscos observados pelo especialista no que se refere à integração dos e-commerces de alimentos a plataformas de terceiros:

Dependência

Para ele, um dos pontos de atenção está em relação de grande dependência gerada pelo canal, com o risco de “quebrar o negócio” caso a parceria seja interrompida.

Concorrência

Assim que o varejista de alimento conhece mais o seu cliente, o marketplace pode criar produtos concorrentes para capturar este valor.

Clientes

No caso da dependência do marketplace, é muito comum que a empresa se distancie do cliente final. Portanto, a relação de consumo passa a acontecer com a plataforma terceira/marketplace.

Longo prazo

Para Nepomuceno, tanto o tempo como a energia são aplicados no ecossistema de terceiros. Portanto, pode ocorrer de gerar distrações na construção dos ativos digitais da empresa.

Dados sobre canais de compras de alimentos e bebidas

Em um outro ponto abordado na apresentação, o especialista trouxe o insight de que a maioria dos brasileiros que compram supermercado online escolhem o mobile para fazer a ação. Os dados ficaram da seguinte forma:

Uso o mobile para a compra online – 88%

Utilizo aplicativos no celular – 54,7%

Acesso sites via celular – 34,0%

Acesso sites via computador – 20,6%

Utilizo iPad/ tablet – 7,2%

Onde os não-compradores do grocery online consomem

Das pessoas que ainda não compram no digital, mais de 51% concentra o consumo direto nos supermercados. Acompanhe os dados:

Supermercados – 51,15%

Atacados – 18,19%

Mercadinhos – 14,17%

Hipermercados – 9,75%

Em feiras – 3,31%

Por WhatsApp – 2,21%

Outros – 1,21%

Motivos para a não comprar alimentos online

A partir dos resultados acima, Daniel buscou entender o que de fato afastava o consumidor da compra online de alimentos. Os motivos foram:

Gosto de ir à loja e escolher – 38,80%

Compro e levo na hora – 32,07%

O frete é caro – 12,28%

Não há controle (seleção e entrega) – 11,26%

Indisponibilidade – 10,88%

É mais caro no online – 7%

Outros – 0,76%

O que pode levar à experimentação da compra online de alimentos

Ainda assim, Daniel avalia que 52% das pessoas que preferem comprar alimentos presencialmente admitem estarem dispostas a experimentar a experiência online.

Sobre a motivação para a compra de alimentos de forma online, os fatores que mais instigariam são:

Frete grátis – 37,26%

Cupons/descontos – 24,37%

Seleção correta dos itens – 20,39%

Menor tempo de entrega – 18,12%

Mesmo preço da loja física – 17,72%

Outros – 0,71%

Qual o ambiente online preferido para a compra de alimentos

Mesmo com a agressividade das empresas de delivery e marketplace, os sites e apps de supermercados continuam como os mais preferidos para quem compra alimentos online:

Sites/apps do supermercado – 31,97%

WhatsApp – 19,51%

Apps de entrega – 18,45%

Sites/apps que vendem de tudo – 17,85%

Sites/apps de hortifruti – 11%

Outros – 0,20%

Itens e categorias preferidos no mercado digital

Entre as respostas para o itens mais desejados, produtos de reposição mensal levam vantagem como opção à primeira experiência de compra online:

Itens de limpeza e higiene – 45,36%

Mercearia (feijão, café, etc.) – 38,43%

Bebidas alcoólicas e não-alcoólicas – 28,18%

Itens gelados/congelados – 22,60%

FLV – 20,30%

Carnes, aves e peixes – 19,16%

Outros – 1,08%

Todos os itens – 0,37%

“Todo mundo pergunta para Jeff Bezzos como será o mercado digital daqui a 10 anos, mas ninguém pergunta o que não vai mudar. E o que não vai mudar são o preço baixo e a entrega rápida”, destaca Daniel.

Além disso, ele destaca que o que puder ser feito para otimizar a redução de fila nas lojas físicas deve ser feito. “Essa redução, apesar de ajudar no dia a dia do cliente, também pode ser uma redução de gasto operacional de loja”, conclui.