A Amazon adquiriu uma participação na Rappi ao investir US$ 25 milhões na startup colombiana de delivery, avaliada em mais de US$ 5 bilhões. O movimento, revelado pela Bloomberg, dá à companhia fundada por Jeff Bezos o direito de alcançar até 12% do capital da Rappi no futuro, conforme metas estipuladas no acordo.

Estratégia e modelo do aporte
O investimento foi feito por meio do mecanismo de warrants, que permite converter aportes ou dívidas em participação acionária em condições previamente acordadas. A prática já tem sido utilizada pela Amazon em outras transações e agora reforça sua entrada no mercado de delivery da América Latina.
Aliança logística e competição regional
A operação cria uma aliança inédita entre a tecnologia de logística e infraestrutura da Amazon e a base de milhões de clientes da Rappi em países como México, Brasil, Chile, Argentina e Colômbia, onde foi fundada em 2015.
O modelo de negócios da Rappi, que começou com entregas rápidas de alimentos e produtos, expandiu-se para marketplace, serviços financeiros e turismo. O aporte da Amazon pode acelerar essa diversificação e abrir caminho para integração com benefícios do Amazon Prime, ampliando a fidelização de clientes.
Disputa com o Mercado Livre
A entrada da Amazon no capital da Rappi intensifica a competição com o Mercado Livre, líder do comércio eletrônico na América Latina e fundado na Argentina. A parceria estratégica amplia a presença da gigante norte-americana em segmentos além do e-commerce, em um mercado considerado chave para o crescimento da empresa.
“O investimento da Amazon na Rappi marca um passo decisivo para fortalecer sua posição no e-commerce na América Latina e desafiar o líder regional, o Mercado Livre”, aponta Matteo Ceurvels,
Analista Principal, América Latina & Espanha da EMARKETER.
O especialista explica que há uma oportunidade em aproveitar as entregas rápidas ao lado da presença regional da Rappi no México e no Chile.
“Ao aproveitar o serviço Turbo da Rappi — que oferece entregas em menos de 10 minutos — e sua presença regional do México ao Chile, a Amazon ganha recursos de entregas mais rápidas e acesso a um ecossistema de superaplicativos que abrange alimentos, pagamentos, viagens e fintech. A questão-chave é se essa mudança ajudará a Amazon a recuperar participação em mercados como o México, onde cedeu a liderança para o Mercado Livre em 2020, segundo nossas previsões.”