A Amazon suspendeu pedidos de diversos produtos fabricados na China, sinalizando uma tentativa de reduzir sua exposição à crescente tensão comercial entre os Estados Unidos e o país asiático. A medida, revelada em reportagem da Bloomberg, vem em resposta ao anúncio recente do presidente Donald Trump sobre novas tarifas contra importações de mais de 180 países e territórios, com foco especial na China.
A decisão da Amazon também abrange fornecedores de outros países da Ásia, como Vietnã e Tailândia. A companhia está reavaliando suas cadeias de suprimentos para reduzir os efeitos das tarifas e manter a estabilidade operacional. Entre os itens afetados estão cadeiras de praia, scooters, aparelhos de ar condicionado e outros produtos populares no marketplace da gigante americana.
Um fornecedor chinês que comercializa cadeiras de praia com a Amazon há mais de dez anos relatou ter recebido um e-mail informando sobre o cancelamento de pedidos realizados “por engano”, com orientação para não realizar os envios. Os cancelamentos ocorreram sem aviso prévio, o que aumentou a desconfiança entre os parceiros comerciais de que a medida está diretamente ligada às novas políticas tarifárias.
Dependência de fornecedores asiáticos e riscos no radar
No relatório anual divulgado em fevereiro, a própria Amazon já havia alertado que disputas comerciais internacionais representavam um fator de risco relevante para o negócio, reconhecendo a forte dependência de fornecedores chineses para a produção de componentes e produtos acabados.
A guerra comercial entre China e Estados Unidos voltou a se intensificar desde o retorno de Trump à presidência. Na quarta-feira (9), o republicano anunciou um aumento imediato da tarifa sobre produtos chineses para 125%. Em resposta, Pequim elevou suas taxas sobre importações americanas para 84%.
A instabilidade gerada pelas tarifas tem repercussões no mercado financeiro. Analistas da Robert W. Baird & Co. revisaram para baixo a projeção de receita da Amazon para 2025, citando os impactos das sanções. As ações da empresa acumulam queda de cerca de 21% no ano, frente ao recuo de 15% do índice S&P 500. O cenário reforça os desafios que grandes empresas enfrentam para manter suas operações em meio às incertezas do comércio global.
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