Desde 1998, o Instituto Terra tem como objetivo a restauração ecossistêmica e o desenvolvimento rural sustentável do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. Por trás desse trabalho tão importante está o casal Lélia Deluiz Wanick Salgado e Sebastião Salgado — este último, considerado um dos fotógrafos mais renomados do mundo. Mas, você sabia que a parceria dessa dupla também gerou um e-commerce? Sim, o site do Instituto Terra utiliza da venda de produtos para sustentar parte do investimento na revitalização do meio ambiente.
Antes de se aventurarem nas vendas online, Lélia e Sebastião criaram uma loja física em 2010. No caso, a loja foi responsável durante um bom tempo pela captação de recursos financeiros. Nos últimos anos (e principalmente na pandemia), o e-commerce ganhou espaço e hoje se tornou um forte canal de vendas, com aproximadamente 80 produtos — dentre eles canecas, camisas, bolsas, livros de Sebastião Salgado…
Vendas contribuem com as despesas do projeto
Segundo Camila Alves Madalon, coordenadora de sustentabilidade do Instituto Terra, “o valor arrecadado entre 2011 e 2021 foi de mais de R$ 600 mil entre as vendas da loja e do site. Graças a isso conseguimos arcar com diversas despesas do projeto”.
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Madalon acrescenta que todos os esforços do Instituto Terra contribuíram para a recuperação de mais de 2 mil nascentes na região do Vale do Rio Doce. “Nosso objetivo é recuperar a Mata Atlântica no Vale do Rio Doce, ao mesmo tempo em que ampliamos a renda das famílias que aqui vivem. Estamos certos de que as florestas não são inimigas da lavoura e do pasto. Pelo contrário: estes prosperam sob as sombras das árvores, na umidade do solo e na biodiversidade”.
Além disso, o Instituto Terra viabiliza e atua no desenvolvimento sustentável por meio de seis pilares básicos. São eles:
- Restauração ecossistêmica: estratégias de retorno de espécies da fauna e flora a partir do reflorestamento com espécies nativas da Mata Atlântica;
- Produção de mudas nativas: semeadura e desenvolvimento de centenas de espécies em viveiro próprio;
- Educação ambiental: programas de conscientização ambiental para diversos públicos e formação de agentes que vão atuar na preservação e restauração do meio ambiente;
- Pesquisa científica aplicada: estímulo a estudos científicos para melhoria dos processos de conservação ambiental e reflorestamento;
- Proteção e recuperação de nascentes: programa de cercamento e recuperação da vegetação nativa em áreas de nascentes da Bacia Hidrográfica do Rio Doce.
O que mais é ofertado pelo Instituto Terra
Segundo Madalon, o Instituto Terra conta ainda com o Núcleo de Estudos em Restauração Ecossistêmica (NERE). Inaugurado em 2005, o núcleo disponibiliza formação teórica e prática gratuita a jovens técnicos ambientais. “O curso tem duração de um ano e, em 2022, já selecionou 16 profissionais para capacitação nas áreas de meio ambiente, sistemas agroflorestais e agricultura, com foco na conservação dos recursos naturais”.
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Vale lembrar que todos os anos são abertas aproximadamente 20 vagas para o curso — que conta com 2.000 horas/aula, atividades práticas, além de alojamento e alimentação gratuitos. O processo seletivo para o curso pode ser acompanhado no site do Instituto Terra.
Vai que ainda dá tempo
Se você se interessou pelo projeto de Lélia Deluiz Wanick Salgado e Sebastião Salgado, saiba que existe uma exposição gratuita do casal na Área de Convivência do Sesc Pompeia, em São Paulo. Com idealização e curadoria de Lélia, a exposição “Amazônia – Sebastião Salgado” já passou por Paris, Roma e Londres, e ficará em cartaz até o dia 31 de julho em São Paulo.
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São mais de 200 fotografias do artista na Amazônia Brasileira, local onde Sebastião Salgado passou imerso durante 7 anos fazendo os registros. Além das fotografias, a mostra exibe sete vídeos com testemunhos de lideranças indígenas sobre a importância da Amazônia e os problemas enfrentados hoje em sua sobrevivência na floresta.
“Esta exposição tem o objetivo de alimentar o debate sobre o futuro da floresta amazônica. É algo que deve ser feito com a participação de todos no planeta, junto com as organizações indígenas”, defende Sebastião Salgado. Inclusive, no local é possível adquirir o livro relacionado à exposição — ou, se preferir, dá pra comprar pelo e-commerce do artista!
Por Giuliano Gonçalves, da redação do E-Commerce Brasil