Mais da metade das empresas de capital aberto não possui mulheres entre seus diretores estatutários. Das 408 companhias listadas na B3, 61% têm sua diretoria composta somente por homens. Quando o recorte envolve o Conselho de Administração, 45% admite não ter participação feminina.
Os dados fazem parte de um mapeamento feito pela Bolsa brasileira em junho deste ano, com base em informações públicas oferecidas pelas próprias companhias em documentos regulatórios.
Entre as empresas que têm apenas uma mulher em algumas dessas funções, 25% delas contam com uma representante feminina nos cargos de diretoria, e 32% nos Conselhos de Administração.
Ao analisar as companhias com três ou mais mulheres na diretoria, apenas 6% preenchem esse quesito, e o mesmo percentual se aplica para vagas nos Conselhos.
Novo Mercado
A B3 ainda estudou um recorte específico de segmento, o do Novo Mercado, que possui um padrão de governança corporativa mais rígido. Entre as 190 empresas que se encaixam nesse perfil, 89% têm apenas uma ou nenhuma mulher entre seus diretores.
Já nos Conselhos de Administração, 75% das companhias dessa categoria possuem apenas uma ou não possuem mulheres.
Práticas de inclusão
As informações chamam atenção, ainda mais diante da discussão sobre as práticas ESG (ações sociais, de governança, e de meio ambiente), que são cada estão cada vez mais em pauta no mercado financeiro. O objetivo é aumentar a diversidade dentro das empresas e trazer mais equidade de gênero e outros aspectos, como raça e classe.
Nos EUA, SEC (Securities and Exchange Commission), órgão regulador equivalente à CVM no Brasil, aprovou uma regra de conselhos diversos na bolsa de tecnologia Nasdaq. Na prática, a regra prevê que as empresas listadas tenham conselho com, no mínimo, duas lideranças consideradas diversas.
Como regra geral, uma deve ser mulher e a outra pertencer a outras minorias da sociedade, como negros e a comunidade LGBTQI+. Se as empresas não se adaptarem à regra precisam apresentar uma justificativa, que ficará disponível ao público.
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Fonte: InfoMoney