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Beleza e bem-estar andam de mãos dadas, mostra WGSN

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Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado digital desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

O Congresso Moda&Beleza aconteceu em São Paulo nesta quinta-feira, 27 de março, para um público seleto de empreendedores, empresários e influenciadores do meio digital, com o objetivo de fomentar conteúdo técnico e networking especializado. 

Krizia Gatica, consultora líder da WGSN Mindset Latam, abriu a plenária de Beleza para falar sobre comportamento além da estética. A WGSN é autoridade global em previsão de tendências, fornecendo dados para compreender o consumidor do futuro. 

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Krizia Gatica, consultora líder da WGSN Mindset Latam, no Congresso Moda&Beleza 2025

“O estudo de tendências envolve metodologias bastante complexas, principalmente diante de um cenário digital com mudanças tão rápidas”, levantou Gatica. De acordo com a especialista, é importante levar em consideração, além do viral, aspectos sociais, políticos e econômicos que muitas vezes fogem da percepção de quem apenas analisa a superfície do que acontece nas redes. 

Sentimentos e propulsores do consumo

Um dos aspectos mais relevantes para compreender as tendências futuras é ver quem serão essas pessoas consumidoras daqui alguns anos. Estudos apontam que até 2030, o Brasil terá a 5º população com mais idosos no mundo, de forma que é essencial já começar a pensar em narrativas que englobem o aspecto etário da população. 

Bem-estar, soluções ancestrais e “microalegrias” também aparecem como pontos de importância para compreender os propulsores dos sentimentos diante do cenário internacional. A chegada da geração Alpha, filha dos Millennials, também deve ser contemplada, uma vez que mesmo não precisando já participam em peso das decisões de consumo de seus pais e do ritmo de produção de conteúdo para as redes sociais.

A executiva explica que dentro dessa nova realidade os consumidores procurarão cada vez mais narrativas de beleza que visem um bem-estar espiritual, que se mesclam com o mercado de produtos. Nesse cenário, saberes ancestrais e procedimentos estéticos se misturam, combinando cultura e um olhar moderno. “Vemos práticas sendo reimaginadas para estilos de vidas mais modernos e garantindo que esse aspecto cultural permaneça vivo para as próximas gerações”. 

Para ela, foi-se o tempo em que a ciência era inalcançável e dedicada às pesquisas hospitalares. Hoje, o mercado de beleza encontra diversos tipos de oportunidades para se conectar a partir da tecnologia, sem abrir mão do bem-estar. “O consumidor está muito mais interessado em conexão e alinhamento dos seus valores”, pontua. 

Além disso, cresce a procura por espaços em que a beleza esteja alinhada com o descanso do corpo e da mente, como parte da de um processo de cura da correria do dia a dia. 

O mundo dos esportes e lifestyle voltado para o aprimoramento do corpo também estão entrando com os dois pés no universo da moda, uma vez que tanto o consumidor quanto as marcas estão compreendendo que não existe beleza sem bem-estar e prática de hábitos saudáveis, entre eles os exercícios físicos. 

Beleza em casa

Ainda contemplando a ideologia de bem-estar, a WGSN captou tendências que mostram que os consumidores estão associando a beleza como uma extensão do descanso e convívio doméstico. Já é possível encontrar produtos de lavanderia que investem em fragrâncias e estéticas da indústria de beleza para complementar o cuidado pessoal.

Dentro de casa, a lógica de cuidado físico e emocional passa a englobar também os pets, animais de estimação vistos como parte da família. Fragrâncias que eliminem odores ou que trazem sensações positivas estão sendo cada vez mais adotadas. 

“Como consumidores, estamos percebendo que tudo o que colocamos no mundo precisa ter um propósito claro. A tendência ‘feito para desaparecer’ adota a premissa de que é possível dar uma vida útil além do consumo”, explica. Gatica dá o exemplo de produtos cuja embalagem podem ser usadas como difusores, suportes de incenso ou até porta-retratos. Outra possibilidade são as embalagens biocompatíveis, que se desintegram completamente após descartadas. 

Com uma rotina tão acelerada, os consumidores estão investindo também no bem-estar do descanso fora de casa. Além de comprar produtos e serviços que melhorem a qualidade de uma noite bem dormida, algumas pessoas estão buscando hospedagens dedicadas ao descanso. 

Apelo sensorial

“Estratégias que promovam o encantamento vão ganhar mais notoriedade na rotina do consumidor, principalmente a partir de experiências sensoriais, seja no ponto de venda físico seja em casa após a compra do produto e uso cotidiano”. 

De acordo com a Wunderman Thompson, 61% dos consumidores disseram que as marcas precisam ser mais originais, e 70% deles dizem não se lembrar da última vez que foram surpreendidos por uma marca ou produto. 

“Estamos falando de produtos que tragam algum apelo ou propósito de criar sensações para o consumidor”, aponta. 

Nesse sentido, a WGSN aponta a cultura da auto indulgência como uma tendência crescente que deve estar na mira das marcas. As microalegrias, os mimos diários e os pequenos luxos do dia a dia não devem passar despercebidos. 

A beleza recreativa, muito associada às gerações mais novas, como a Geração Alpha, também são formas de conseguir conquistar públicos consumidores até então ignorados pelas estratégias de beleza e skin care. Para a Geração Z, por outro lado, é possível perceber a busca por práticas saudáveis mais flexíveis à rotina. 

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