Após especulações, previsões e muita expectativa, a Black Friday passou por 2023. A ideia de que o cenário macroeconômico melhor poderia motivar bons resultados, aliada a queda na inflação em comparação com o ano passado, contudo, não se traduziram para o período de vendas.
De acordo com informações do Painel Black Friday Hora Hora, realizado pela Confi.Neotrust, o faturamento para a data foi de R$ 5,23 bilhões, significando 14,5% de retração ante 2022.
O número de pedidos, que chegou a 8,2 milhões, também caiu (15,9%) no mesmo retrospecto. Deste número, 59,4% vieram de usuários mulheres e 56,5% contaram com frete grátis.
O maior motivo para isso, de acordo com Luiz Otávio Cambraia, head de Vendas da Neotrust, conversa com o fato de produtos de telefonia, TVs e informática não terem performado tão bem neste ano. Isso, em sua visão, foi determinante para a Black Friday não ter sido boa como o esperado pelo setor.
“Embora inicialmente contássemos com um crescimento moderado para este ano, esse declínio foi particularmente expressivo. Isso porque o setor de telefonia, por exemplo, representa 10% do total de vendas no e-commerce brasileiro. Além disso, a própria racionalidade do varejo em buscar melhores margens também contribuiu para melhor atribuição tanto em mídia como nas ofertas”, explica.
Luz no fim do túnel
Mesmo com os índices negativos em citados, informações colhidas pela Neotrust mostram o ticket médio de R$ 636,66 para esta edição. Frente a Black Friday de 2022, o crescimento é de 1,7%.
A cesta de pedidos tornou-se outro ponto positivo em 2023, com alta de 6,1% em relação a 2022, o que representa cerca de 3,1 itens por pedido concluído.
O perfil do consumidor neste ano também passou por leve mudança, com aumento 1,1 p.p. nos usuários até 25 anos (16,5%) e de 0,6 p.p. nos acima de 51 anos (15%).
A prevalência é de pessoas entre 36 e 50 anos (35,4%) e entre 26 e 35 anos (33,1%). No entanto, cada teve a respectiva redução de 0,4 p.p. e 1,3 p.p.
Pagamentos
O Pix, como diversas pesquisas previram ao longo ano em momentos diferentes, ganhou ainda mais destaque. Para a data de vendas, soma-se o fato de marcas e varejistas com descontos específicos para pagamentos na modalidade, o que pode ter motivado para ter saltado de 19,7% para 30,7% de participação na data entre ano passado e atual.
Com o boleto bancário (8,1%) e outros tipos (5,1%) sem tanto destaque, o cartão de crédito (56,2%) cresceu apenas 4,5 p.p., mas o suficiente para se manter como principal meio de pagamento da Black Friday 2023.
Para o último modal citado, aliás, uma curiosidade no que diz respeito ao parcelamento. Sem tanto padrão, a opção mais escolhida pelos consumidores foi em pagar em 1x (29%). No entanto, a segunda colocação neste quesito fica com compras divididas de 7 a 12 parcelas (23%).
Dia após dia
O Painel Black Friday Hora a Hora também produziu gráficos que representam o monitoramento para cada dia da Black Friday 2023. Entre quinta-feira (23) e domingo (26), a Confi.Neotrust contabilizou pedidos, ticket médio e faturamento entre final de um dia e começo do outro.
Apesar de também criar opções para pesquisar por departamento e subsegmentos específicos, os gráficos abaixo falam sobre o e-commerce geral. Veja:
23 de novembro
Pedidos
Faturamento
Ticket médio
24 de novembro
Pedidos
Faturamento
Ticket médio
25 de novembro
Pedidos
Faturamento
Ticket médio
26 de novembro
Pedidos
Faturamento
Ticket médio
Categorias
Ao olhar especificamente para o ranking dos departamentos com mais vendas, vemos um pódio conhecido: Eletrodomésticos, Eletrônicos e Telefonia, nesta ordem. A questão, no entanto, é que todos tiveram quedas na comparação com ano passado.
Na lista completa com os 10 principais segmentos da Black Friday 2023 não existe nenhum que viu o faturamento crescer ante 2022. São eles:
4º. Moda e Acessórios (-7,1%)
5º. Móveis (-13%)
6º. Informática (-30,1%)
7º. Beleza e Perfumaria (-3,8%)
8º. Ar e Ventilação (-17%)
9º. Eletroportáteis (-16,1%)
10º. Esporte e Lazer (-8,7%)
A compensação em relação a última Black Friday, como já dito, aconteceu na precificação dos produtos. Essa foi uma das razões para o ticket médio crescer nesta edição.