Pesquisa realizada pela NielsenIQ|Ebit mostrou que o percentual de shoppers brasileiros que fizeram compras em sites estrangeiros bateu recorde histórico. Foram 72% de brasileiros que fizeram alguma aquisição em sites internacionais durante o ano, o mais alto da série iniciada em 2013.
Na comparação entre 2020 e 2021, a porcentagem havia caído de 71% para 68%. Agora a recuperação ocorre em meio a um momento em que o e-commerce brasileiro opera em patamares elevados. “Esse é um marco que demonstra que existe uma prioridade para os brasileiros na hora da comprar itens em empresas estrangeiras e confirma que o e-commerce é uma prática mundial, que conecta mercados e países”, disse o Head de e-commerce da Nielsen|Ebit, Marcelo Osanai.
O grupo de brasileiros que compra mais de 10 itens em sites internacionais cresceu 4 pontos percentuais (p.p), na comparação entre 2022 e o ano imediatamente anterior, e agora representa 15% do público total dessas empresas estrangeiras em suas plataformas de venda digital.
O ano de 2022 também foi um período de aceleração do crescimento do e-commerce que mais que dobrou no Brasil. Nesse contexto, também houve a chegada de novos consumidores. Segundo o levantamento, houve alta de 24% no número de consumidores em e-commerce no Brasil, na comparação entre 2022 com o ano anterior.
Regiões e forma de pagamento
Na análise por região, o Norte teve destaque em crescimento de vendas, com alta de 18%. As outras duas regiões brasileiras que cresceram no quesito foram o Nordeste (3%), o Sudeste (0,4%) e o Sul (3%).
A opção de compra por cartão de crédito foi a que liderou em 2022, diante das outras opções de pagamento. De acordo com o levantamento, 80% dos shoppers optaram por esta forma para comprar algum item no e-commerce. O pagamento por boleto bancário foi a segunda opção mais utilizada (14%).
O frete grátis teve uma expressão enorme no Brasil, presente em quase metade (49%) das vendas realizadas no ano de 2022. A região que liderou com o número de pedidos com frete grátis foi o Sudeste, com 60%. Nessa modalidade de pedidos sem frete, Alimentos e Bebidas foi o grupo que liderou com crescimento de 67% para 71%, de 2021 para 2022.
Os valores cobrados em pedidos com fretes pagos se manteve estável, com leve variação de -0,2%.
Tráfego
As principais origens de tráfego que encaminharam os consumidores para as plataformas de venda online em 2022 foram sites de busca (24%), redes sociais (23%) e busca direta pelo nome da loja (25%). A pesquisa também determinou que a maior parte das compras são realizadas durante a semana, tanto na análise que avalia volume de pedidos, como na que considera faturamento.
O ano de 2022 foi importante para o mobile, que visualizou crescimento de sua presença nas vendas do e-commerce. De acordo com o levantamento da NIQ, a porcentagem de pedidos mobile saiu de 54,8% para 55,5%. Na contramão, os pedidos realizados via desktop tiveram leve queda, saindo de 45,2%, em 2021, para 44,5%, em 2022. O mobile se consolidou como o principal dispositivo utilizado para compras no e-commerce em todas as regiões do país.
Perfil dos consumidores
A maior parte dos shoppers brasileiros tem mais de 35 anos, segundo o levantamento. A representatividade dessa faixa cresceu ao longo do ano de 2022 e soma mais de 68% do público total. Esse perfil compra, principalmente, Alimentos e Bebidas, itens de Casa e Decoração, Construção e Ferramentas, Eletrodomésticos e gastos com Saúde.
Quanto à renda, aumentou a importância de consumidores que ganham de 4 a 10 salários mínimos, independentemente da faixa etária. A porcentagem que representa esse grupo cresceu de 33,5% para 34,8%.
Na análise de gênero, as mulheres se mantém em destaque no e-commerce brasileiro. Em 2022, elas foram 57,7% do público total. Apesar da predominância do público feminino, a presença dos homens aumentou levemente de 2021 para 2022, passando de 41,5% para 42,3%.