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Compras cross border cresceram 150% nos últimos cinco anos, segundo a Receita Federal

Por: Helena Canhoni

Jornalista

Bacharel em Comunicação Social pela ESPM. Experiência em tráfego pago, cobertura de eventos, planejamento de marketing e mídias sociais.

O crescimento do mercado de e-commerce não passou despercebido nos últimos anos. De acordo com o levantamento da Receita Federal, compras cross border, aquelas realizadas em e-commerces e marketplaces de fora do Brasil, tiveram um crescimento de 150% nos últimos cinco anos. Somente em 2022, mais de 176 milhões de itens foram importados, considerando tributáveis e isentos.

Mulher fazendo compras online rodeada por roupas
Imagem: reprodução

Amazon, Shein, Wish, Shoppe e AliExpress são os destaques e precursores desse aumento de vendas vivenciado pelos brasileiros. 

Logísticas que valem milhões

Entretanto, desenvolver uma logística que contemple todas as entregas e pedidos não é simples, sendo necessários acordos com empresas de transporte de cargas conectando, por exemplo, China e Brasil.

Por conta disso, cada vez mais empresas apostam em galpões para funcionar como centros de distribuição, serviços de logística internacional e ampliação na frota própria de aviões. 

O e-commerce chinês AliExpress, por exemplo, possui no Brasil uma de suas principais operações do mundo, ocasionando na ampliação da logística organizacional. Em 2021 eram 5 voos semanais, já em agosto de 2022 o número saltou para 8 viagens semanais.

Outro exemplo é a marca Shein que não possui uma frota própria, mas faz uso dos serviços de empresas de transporte e realiza investimentos em galpões logísticos. 

Somando 200 mil metros quadrados de armazenagem a empresa já possui cinco centros de distribuição, de itens produzidos no Brasil e trazidos da China. A expectativa é alcançar a marca de 2 mil unidades fabris nos próximos anos.

O mercado brasileiro

A Shoppe, e-commerce original de Singapura, possui um foco nos vendedores locais, chamados também de lojas virtuais. A organização possui 3 milhões de vendedores já cadastrados, representando um total de 85% das transações. Mesmo aceitando compras de outros países esse valor totaliza, somente, 15%. 

No território brasileiro existem dois tipos de remessa: expressa e postal. Para empresas, a primeira opção é a mais comum; pessoas físicas, por sua vez, utilizam a segunda opção, por conta do baixo custo das importação

Dentre os 176 milhões volumes importados em 2022, 3,4 milhões de declarações de importação de remessa (DIR) foram emitidas, totalizando mais de US$ 245 milhões, segundo a Receita Federal. Um crescimento de 32% quando comparado a 2021.

Porém, para Ulysses Reis, especialista em varejo da Strong Business School (SBS), 2023 pode apresentar um declínio no crescimento das remessas. Primeiramente por conta do plano de nacionalização da produção e vendas da Shein e em segundo lugar as mudanças nas regras de importação, como o programa Remessa Conforme

Segundo Reis, as mudanças são de difícil compreensão pelos compradores, provocando inseguranças no momento da compra no e-commerce. 

Acerca da nova legislação, esta é de adesão voluntária para varejistas. Para aqueles que aderirem será necessário cobrar tributos de forma antecipada, no momento da compra do produto; atualmente, a cobrança acontece somente quando a mercadoria chega ao país. 

Apesar disso, as empresas estarão isentas do Imposto de Importação, uma cobrança federal com um percentual de 60% nas compras de até US$ 50, que hoje se aplica apenas a remessas enviadas entre pessoas físicas.

Fonte: Mercado & Consumo