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Construção civil aproveita oportunidades de crescimento através do e-commerce B2B

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado digital desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

A construção civil é uma categoria de vendas que ganha espaço no ambiente digital, sobretudo com o e-commerce B2B. Foi sobre isso o primeiro painel do palco Gestão e Operação do Congresso Indústria Digital 2024, realizado hoje pelo E-Commerce Brasil.

Painel sobre a plataforma Juntos Somos Mais durante o Congresso Indústria Digital/Imagem: Carol Guasti

Juliana Carsoni, CEO do grupo Juntos Somos Mais, explicou como esse mercado pode se modernizar e como a companhia contribui para a disrupção do setor. A Juntos Somos Mais é uma joint venture que contempla Gerdau, Votorantim Cimentos e Tigre.

Segundo ela, trabalhar em conjunto em uma plataforma digital é o que possibilita trazer uma estratégia eficaz no B2B do segmento. “É sobre abrir mão de fazer um projeto sozinho e trazer para perto outras empresas que podem fazer a diferença”, explica ela sobre o segredo do sucesso.

A marca nasceu como um programa de fidelidade, mas hoje atua também como marketplace, oferta de crédito, CRM e e-commerce: “estamos dando passos largos para nos tornarmos o maior elo da indústria com o varejo”

Marketplace

“O B2B traz vantagens que a indústria precisa”, argumenta Carson, uma vez que a indústria hoje é diversa e com maior possibilidade de captação de dados. O varejo, no entanto, é bastante segmentado, de forma que o digital é uma forma da indústria chegar mais longe, de forma menos custosa e com maior sinergia com os lojistas.

Essa movimentação, defende a executiva, depende da indústria passar segurança para o varejo, a distribuição e o ecossistema de vendas B2B. “A tecnologia é só o veículo para que a mudança aconteça, mas é necessário uma mudança comportamental como um todo para que seja efetiva”, completa.

Processo tradicional x processo turbinado

O modelo tradicional do profissional de vendas da indústria opera com diversas “amarras” que contribuem para a lentidão e sobrecarga de trabalho. Isso porque depende do horário comercial, de visitas presenciais (muitas vezes implicando em longos deslocamentos) e uma gestão extensa de administração de pedidos.

No modelo digitalizado, ou “turbinado”, como diz Juliana, a plataforma viabiliza um atendimento melhor, por ser 24/7, e constante pelo WhatsApp ou portal digital. Além disso, o digital permite uma gestão mais eficiente dos dados e uma redução do custo no atendimento.

Para ela, o relacionamento presencial, o do “cafezinho” para fechar negócios, ainda é essencial para a indústria, mas hoje existem mais possibilidades que expandem as possibilidades de vendas e relação comercial.

Painel

Talita Pereira, executiva de vendas da Tigre Materiais e Soluções para Construção, e Daniela Andreato, executiva sênior da Votorantim Cimentos, foram convidadas para participar do painel respondendo perguntas realizadas por Juliana. Segue abaixo insights extraídos da conversa.

Painelistas do Congresso Indústria Digital 2024: Juliana Carsoni, Talita Pereira e Daniela Andreato/Imagem: Carol Guasti

Quais são os primeiros passos para os clientes da indústria de construção civil verem a Juntos Somos Mais como uma vantagem para o varejo?

Talita

“O principal desafio é o cliente entender o valor do clique”, então a empresa precisa convencer o cliente de que é possível assegurar uma venda de um nicho pouco explorado no ambiente digital.

“Não costumávamos ver o digital como uma oportunidade de negócios, mas com tempo conseguimos fazer com que o cliente se familiarizar e ter confiança no processo”.

“A gestão dos distribuidores precisam comprar a ideia de que não estamos competindo com eles, mas sim estendendo mais um braço para o varejista”.

Daniela

“A falta de estrutura também é uma grande questão, seja pela ausência de um computador adequado ou pelo medo de acessar algo tão relevante pela internet”.

O papel do consultor de vendas da indústria foi o de ensinar e fazer com que o lojista veja as possibilidades de crescimento via loja virtual.

O que muda na rotina de um consultor de vendas da indústria ao ter uma carteira digitalizada?

Talita

A plataforma ofereceu um apoio que agilizou o trabalho do vendedor e possibilitou maior autonomia e qualidade de trabalho e vida para o profissional.

Até funcionar, o processo de ensinar os lojistas é complexo e lento, mas depois disso, os clientes passaram a operar sozinhos, dependendo do trabalho do profissional mais por um lado estratégico do que operacional.

Daniela

O digital possibilitou que ela tivesse mais tempo para ser uma vendedora consultiva e com um portfólio mais amplo, uma vez que passava menos tempo no trânsito, com o deslocamento, e com a parte operacional de subir os pedidos individualmente no sistema.

“O cliente não depende só de mim, e quando ele entende que quanto mais rápido solicitar os produtos pela plataforma, mais rápido esses produtos estarão disponíveis para ele”.

Por fim, quais são as vantagens para o pós-venda com a estratégia digital? E há (ou houve) medo de que a digitalização prejudicasse as vendas da indústria ou do varejo?

Talita

“O acompanhamento e visualização de nota fiscal e do andamento do pedido ajuda a tirar o medo dos clientes ao perceberem que a tecnologia é uma ajuda, não um substituto”.

A plataforma dá autonomia para a tomada de decisão de ambas as partes, o que ajuda a reduzir retrabalho e atritos desnecessários.

Daniela

“A indústria precisa comprar a ideia. Ao passar o conceito de forma correta, o negócio deslancha”.

Ela explica que é claro que há medo, no início, de que o digital substitua o trabalho do profissional. Mas, ao ver que existe um trabalho de educar e acompanhar o cliente mesmo com o auxílio da plataforma, o medo é substituído pela possibilidade de negócios mais ágeis.