Mesmo com crescimento de 3% nas vendas do varejo em novembro, comparando com mês igual em 2023, o consumo na China apresenta traços de retração. A porcentagem indica a menor alta dos últimos três meses e ficou abaixo das previsões mais pessimistas para o período. As informações são da Bloomberg Línea.
De acordo com interpretação de Michelle Lam, economista da Societe Generale para a Grande China, os dados mostra a recuperação interna do varejo no país é lenta. Enquanto isso, a indústria cresceu 5,4% e se estabilizou devido à antecipação de pedidos antes das novas tarifas dos EUA serem aplicadas. Por isso, este processo não é considerado sustentável para o segmento.
Recortes
A Agência Nacional de Estatísticas da China (NBS, na sigla em inglês) aponta, portanto, uma queda considerável nas vendas do varejo chinês em relação à produção industrial. Apesar de não ter apresentado números negativos em 2024, o setor varejista não evoluiu.
Para Fu Linghui, porta-voz da agência, a desaceleração em novembro está relacionada também à antecipação do Dia dos Solteiros no país. Tradicionalmente realizado em 11 de novembro, a data foi realocada para outubro em 2024, prejudicando o que seria um dos pontos altos do mês passado.
“Observando o total das vendas no varejo em outubro e novembro, ainda foi significativamente melhor do que no terceiro trimestre. Porém, o impulso interno para o crescimento do consumo ainda precisa ser fortalecido”, comenta.
Incentivo interno
Outro ponto, com base na análise da NBS, é a necessidade do governo da China precisar fomentar o consumo entre os cidadãos. Para 2025, segundo o banco central chinês, a prioridade deste movimento é máxima.
Aliado ao fortalecimento do consumo, espera-se que medidas sejam tomadas em relação aos grupos de baixa renda e segurança social no país.
Segmentos
O governo chinês têm estimulado os segmentos de eletrodomésticos e carros, com subsídios voltados ao consumo de itens do gênero.
Os bons números, no entanto, se ‘equilibraram’ com a retração de cosméticos (26%) e joias, bebidas, tabaco e álcool.