Para vender online hoje não basta ter apenas os produtos à disposição. É preciso pensar em conteúdo, em estratégias de engajamento e em temas que não só sejam necessários, como também façam a diferença no dia a dia dos consumidores.
Foi pensando nisso que Ana Gehring, fisioterapeuta e fundadora do Vagina Sem Neura, começou sua conta no Instagram em 2016 com o propósito de iniciar um projeto de educação sexual para mulheres e desde então não parou mais de se engajar. Em parceria com Nalu Dorscheid, Diretora da Inncomun, começou em 2019 a vender seus cursos online focados em autoconhecimento feminino.
Ao lado de Jéssica Lopes, criadora de conteúdo, Ana e Nalu participaram de um painel no Congresso E-Commerce Brasil Rio Grande do Sul 2021.
Conteúdo com propósito
As três falaram sobre o papel que exercem no ambiente digital como criadoras de conteúdo, mas também como agentes da transformação para muitas mulheres.
Ao longo do painel, elas explicaram a importância da autenticidade para se comunicar com clareza e transmitir uma mensagem que impacte de forma positiva suas seguidoras.
“Na minha época era tudo mato”
Jéssica Lopes começou sua carreira como criadora de conteúdo, como ela diz, quando tudo na internet “era tudo mato”. Desde nova ela se empenhou em produzir conteúdo sobre seus estilo de vida em blogs e no falecido Orkut.
A internet, segundo Jéssica, a ajudou em seu processo de construção de autoestima e identidade, pois mostrou uma capacidade maior de acesso às informações: “aos poucos fui compartilhando sobre a minha vida, sobre os meus looks e tive um retorno que não estava esperando sobre a moda para pessoas gordas”.
No início, era processo de garimpo, de personalização das roupas, de indicar e aprender com a comunidade, mas com o tempo se tornou uma referência em influência digital.
“Entendi que essa era a minha missão: levar mais mulheres comigo, pois uma mulher quando encontra a sua força não há nada mais que a segure”, argumenta a criadora de conteúdo.
Um investimento na autoestima
A partir disso, ela percebeu que havia construído um nicho consolidado de seguidores até 2019, mas que seria necessário se reinventar durante a pandemia, com um público cada vez maior de mulheres buscando conteúdo sobre autoestima. Foi neste momento em que decidiu aceitar uma ideia já antiga de disponibilizar o curso em parceria com a Nalu sobre mulheres reais. “Uma mulher realizada é uma mulher independente”, explica Jéssica.
Além do curso, que trata sobre os seis pilares para uma vida extraordinária, Jéssica ainda atua com consultoria e realiza lives diárias sobre autoestima. De acordo com a influenciadora, o propósito é criar um ambiente livre de julgamentos, de forma acessível. “A autoestima não deveria ser elitizada”, ela conclui.
Sem pretensão
Já a página de Ana sobre educação sexual começou em 2016 durante as férias da fisioterapeuta. Ela percebeu que ficaria longe do consultório por muito tempo e que isso poderia prejudicar muitas mulheres que a procuravam buscando atendimento.
De forma anônima, ela iniciou a conta com os conteúdos, mas logo percebeu que havia ali algo que jamais conseguiria apenas no consultório: ajudar simultaneamente milhares de mulheres dando a elas o mais importante: informação.
“Boa parte das mulheres que vinham ao meu consultório iam ao ginecologista e nunca eram perguntadas sobre sua lubrificação, libido ou satisfação”, explica a terapeuta. Foi assim que ela percebeu um segmento de mercado praticamente desprovido de apoio ou opções acessíveis para o autoconhecimento.
Quanto mais melhor
Os cursos hoje somam mais de 30 mil alunas alcançadas. Sendo digital e anônimo, além de acessível, o curso promove algo que Ana jamais imaginou ao criar uma conta no Instagram durante as suas férias. Os cursos e conteúdos gratuitos somam mais de 200 mil pessoas.
“A transformação é em massa quando falamos sobre sexualidade de maneira aberta nas redes sociais”, ela continua.
Foi por isso que além do conteúdo produzido para as redes sociais e para o YouTube, em parceria com a Nalu, que Ana começou a preparar o conteúdo para os cursos do Vagina Sem Neura. Além de aumentar o alcance, era uma forma de monetizar o trabalho empregado nas redes e criar confiabilidade no conteúdo.
Só é possível com estratégia
Para Nalu, que também atua com o ramo de produção de conteúdo para o meio digital há algum tempo, havia a preocupação de fazer algo mais: evolução e maestria. A executiva falou como a estratégia de conteúdo ajudou a criar um contexto de desenvolvimento do produto através da autenticidade.
Nalu comentou também sobre a importância de olhar para o mercado e ver o que realmente as consumidoras e seguidoras precisavam ao elaborarem os temas das postagens e dos cursos. Com sua visão estratégica, foi possível alcançar logo no começo uma quantidade significativa de alunas, possibilitando pensar em temas mais específicos para o futuro.
“Através do conteúdo é que você consegue ser genuíno, construir e promover transformação, senão nada vai acontecer”, ela conclui.
Por Júlia Rondinelli, da redação do E-Commerce Brasil
Leia também: Mercado Livre vai entregar ‘familiares de presente’ no Natal.