Logo E-Commerce Brasil

Dona da Zara mira comércio on-line e reduz plano de expansão

Por: Alice Wakai

Jornalista, atuou como repórter no interior de São Paulo, redatora na Wirecard, editora do Portal E-Commerce Brasil e copywriter na HostGator. Atualmente é Analista de Marketing Sênior na B2W Marketplace.

A Inditex, maior loja de roupas do mundo, refreou os planos de expandir as lojas porque a proprietária da Zara está se aprofundando mais nas compras virtuais como forma de impulsionar o crescimento das vendas.

A empresa espanhola de varejo visa a aumentar de 6 por cento a 8 por cento seu espaço comercial nos próximos anos, menos que a meta anterior de 8 por cento a 10 por cento, disse a Inditex na quarta-feira.

Os analistas aplaudiram a mudança porque os consumidores virtuais costumam gastar mais e a ação chegou a subir 4,2 por cento.

“A Inditex fez a escolha certa”, escreveu Jamie Merriman, analista da Sanford C. Bernstein. “Talvez isso surpreenda alguns investidores, considerando o forte desempenho das vendas, mas acreditamos que a Inditex é claramente capaz de aumentar sua fatia no mercado com o comércio eletrônico, uma abordagem com um uso menos intensivo de capital”.

Desde que abriu o capital em 2001, a Inditex multiplicou as vendas por mais de seis através da expansão agressiva de suas oito redes. Dois terços de suas 7.000 lojas abriram ou foram reformadas nos últimos três anos.

A Inditex agora está desacelerando com as lojas físicas. A operadora da rede Bershka também informou o crescimento anual dos lucros mais acelerado em três anos.

A Inditex, que tem o melhor desempenho no Euro Stoxx 50 Index desde sua abertura de capital, registrava uma alta de 3,9 por cento, para 30,55 euros, até as 12h40, em Madri nesta quarta-feira.

O aumento de 10 vezes das ações desde que o fundador Amancio Ortega abriu o capital há 15 anos conferiu a ele um patrimônio líquido de US$ 69,4 bilhões que o tornou mais rico que Warren Buffett, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.

A expansão virtual vai compensar a redução do crescimento espacial, disse o CEO Pablo Isla em uma teleconferência. As oito marcas terão lojas virtuais em toda a União Europeia e na Turquia até o fim deste ano.

A Inditex encerrou 2015 com operações on-line em 27 mercados e pretende entrar em Taiwan, Hong Kong e Macau em 2016.

Os consumidores que compram pela internet recorrem às lojas físicas para realizar dois terços das devoluções, o que estimula compras adicionais, disse Isla, acrescentando que a maioria das devoluções de produtos se deve à troca de tamanhos.

A operadora das redes Massimo Dutti e Bershka disse que a receita aumentou 15 por cento no início deste trimestre em uma base ajustada, mantendo a taxa de crescimento do ano passado.

“O comércio atual é uma boa notícia”, disse Anne Critchlow, analista do Société Générale em Londres, que estima que as vendas de lojas comparáveis no segundo semestre tenham aumentado 10 por cento em um período em que um inverno mais suave na Europa prejudicou o crescimento da Hennes Mauritz.

“Mesmo em circunstâncias favoráveis esse seria um grande feito. Existe um contraste gritante entre a Inditex e muitas das outras lojas que acompanhamos”.

A Inditex vem diminuindo os preços dos produtos para ajudar a estimular as vendas. No Reino Unido, a Zara reduziu em 17 por cento os preços de produtos de alta gama e em 36 por cento os preços de produtos mais baratos no período de 18 meses até novembro, de acordo com o Credit Suisse.

Fonte: Exame