A geração de consumidores nascidos entre 1946 e 1964, conhecida como baby boomers, desempenha um papel fundamental no desempenho do varejo brasileiro. Com maior expectativa de vida, lealdade às marcas e um poder aquisitivo sólido, os boomers impulsionam a chamada “economia grisalha”.
De acordo com o relatório Consumer Insights 2023, da Kantar, em 2025 o número de pessoas acima de 50 anos na América superará o de crianças e em 2050 esse grupo representará cerca de 40% da população latino-americana.
Diante desse cenário, atrair consumidores com mais de 50 anos torna-se uma estratégia essencial para a sustentabilidade dos negócios no varejo.
Rosely Kawahara, sócia-diretora da KT Arquitetura de Negócios, explica: “para atraí-los as empresas precisam adaptar suas abordagens e estratégias para atender as necessidades e preferências específicas desse público. E uma vez conquistado, são leais às marcas e podem deixar o legado para futuras gerações”.
Os baby boomers vêm moldando a cultura e influenciando padrões de consumo no Brasil há algum tempo. No varejo, de acordo com a executiva, é importante acompanhar as mudanças nos hábitos desse grupo, que responde por uma parcela significativa dos gastos, especialmente em áreas como saúde, viagens e produtos de luxo.
O terceiro lugar
“Clientes mais velhos têm uma vasta experiência de vida e podem valorizar a qualidade e o serviço ao invés de apenas o preço. Por isso, pensar em ações diferenciadas, agradáveis e memoráveis, é essencial para os varejistas”, destaca a diretora. Além disso, as ações não se limitam a programas de fidelidade ou recompensas, mas envolvem a criação de experiências que proporcionem prazer e bem-estar.
Transformar a loja no terceiro lugar na vida dos consumidores, de acordo com Júlio Takano, CEO da KT, é um conceito que busca criar um ambiente onde as pessoas se sintam tão à vontade quanto em casa, tornando a visita à loja uma experiência prazerosa e marcante.
Além disso, os espaços gastronômicos também estão ganhando destaque nos centros comerciais. “Esse tipo de espaço serve como local de encontro e socialização, atraindo grupos de amigos e famílias que buscam não apenas fazer compras, mas também desfrutar de uma boa refeição e passar tempo juntos”, reforça Kawahara.
Exemplos como o Time Out Market e o Eataly, mostram como centros gastronômicos podem ser bem-sucedidos ao oferecer uma mistura de experiências culinárias e culturais.
“O que temos visto hoje, é uma grande tendência para o futuro, é que esses projetos são uma resposta ao desejo crescente dos consumidores por experiências mais ricas e diversificadas. O varejista precisa estar atento a isso, pois é uma forma eficaz de atrair e reter visitantes em um ambiente comercial dinâmico”, finaliza a executiva.