De acordo com estudo da AppsFlyer, o retorno do varejo pós-Covid pode ser a causa maior para a queda nas instalações e no uso de aplicativos de comércio eletrônico. Afinal, vale lembrar que ambos tiveram alta durante o auge do distanciamento social. Entretanto, motivos como a guerra na Ucrânia, interrupção da cadeia de suprimentos, inflação crescente e os temores de uma recessão econômica iminente também contribuem para essa queda do mercado de apps.
Com exceção da Índia, instalações de aplicativos de e-commerce para Android caíram 5% no primeiro semestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2021. As instalações do IOS também caíram 4% globalmente no mesmo período. Além disso, gastos com anúncios para aquisição de usuários caíram 50% ano a ano, totalizando US$ 6,1 bilhões de julho de 2021 a julho de 2022.
Para conter essa estagnação, aplicativos de e-commerce apostam em diferentes estratégias para manter suas bases de usuários. Segundo o estudo, remarketing e uso de canais de mídia próprios para promoção são alguns caminhos alternativos que as empresas estão tomando para reduzir essa perda — o uso de mídia própria, por exemplo, saltou 360% ano a ano entre julho de 2021 e julho de 2022.
Empecilhos para o mercado de aplicativos de e-commerce
De acordo com o eMarketer, as vendas de e-commerce aumentarão somente 9,7% este ano. Como comparativo, em 2020 o aumento foi de 25% e, em 2021, de 17%. Ainda assim, a pesquisadora assegura que as quedas no crescimento serão mínimas nos próximos anos. Como o comércio eletrônico não atrairá o mesmo volume de novos usuários (e a crescente inflação afeta os orçamentos e o planejamento de marketing), os aplicativos de e-commerce não conseguem atrair o mesmo número de novos consumidores.
A Apple, por exemplo, tem sofrido demais com as restrições de dados. Embora as mudanças de privacidade da empresa estejam em vigor há mais de um ano, os profissionais de marketing não conseguem medir e atingir consumidores iOS de alto valor. Porém, embora o pagamento global tenha caído após o lançamento do iOS 14, o Google introduziu um identificador compatível a fim de otimizar as campanhas de remarketing. Nos EUA, os aplicativos já apresentaram um aumento bem-vindo em agosto, durante a temporada de campanha de volta às aulas.
Assim como o IOS, o Android mostrou um grande salto de 20% na participação global de remarketing ano após ano (1º semestre de 2022 vs. 1º semestre de 2021), provando ser uma tática eficaz para os profissionais de marketing. Ao observar os esforços de mídia orgânica, campanhas de mídia própria no Android saltaram 360% ano a ano (de julho de 2021 a julho de 2022) — no caso do IOS, esse número foi de 200%.
Brasil e Índia demonstram diferenças em relação ao mercado global
O custo por instalação no restante do mundo encareceu, porém no Brasil e na Índia essa realidade é diferente. Ao se beneficiarem de um CPI comparativamente mais baixo, o número de instalação de aplicativos pagos foi superior a 60% do total.
Outro ponto destacado no estudo para o mercado brasileiro foi em relação à Black Friday, data que no país já revela um diferencial no e-commerce. Um exemplo disso aconteceu em novembro de 2021, mês que gerou um salto recorde de instalações de aplicativos: foi 40% e 44% maior do que dezembro de 2021 para Android e iOS, respectivamente.
O levantamento ainda mostra que o Brasil teve o maior pico de instalação no mundo durante a Black Friday — combinado com outro pico menor no Dia dos Solteiros. E, curiosamente, também houve crescimento de instalação de aplicativos na Black Friday em dispositivos iOS na Índia, mas não no Android. E por falar em curiosidade, em novembro o desempenho das instalações do iOS é melhor do que o do Android. Além disso, as instalações do Android são 30% maiores em 26 de novembro do que em qualquer outro dia do mês, enquanto são 55% maiores no iOS.