Nesta terça-feira (26), auditores fiscais da Receita Federal oficializaram o início de uma greve nacional em prol de um reajuste salarial. Ainda sem tempo determinado para acabar, a ação deve impactar no andamento do e-commerce nas próximas semanas, principalmente na logística.
A decisão pela paralisação aconteceu na última quinta-feira (21), em assembleia geral do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional). O principal motivo é a falta de acordo com o Governo Federal, por meio do Ministério da Gestão e Inovação (MGI), com relação ao reajuste de cargos e salarios dos auditores fiscais.
Sem formação de mesas específicas, que deveria acontecer até julho deste ano, o grupo decidiu protestar por meio da greve.
“É inaceitável que os auditores fiscais não tenham reajustado o seu vencimento básico, que acumula perdas inflacionárias desde 2016. Da mesma maneira, não aceitaremos tratamento não isonômico em relação a outras categorias. O governo tem uma obrigação a cumprir com os auditores fiscais e está inadimplente. Vamos, mais uma vez, com a força da nossa categoria mobilizada, fazer valer nossos direitos”, afirma Isac Falcão, presidente do Sindifisco Nacional.
A curto prazo, entre os principais impactos da greve, incluindo o e-commerce nesta equação, estão os atrasos nos procedimentos aduaneiros, dificuldade com cargas de importação e exportação, além da perda de arrecadação.
Situação do desembaraço aduaneiro
Apesar da greve ser geral, a classe de trabalhadores informou que 30% das aduanas ainda devem operar. Neste caso, a prioridade destas estações será processar cargas vivas, perecíveis (alimentos e medicamentos) e itens de perigo.
“Na próxima quarta-feira (27), será realizado, ainda, um ato público no Porto de Santos, com a participação dos representantes de cada Região Fiscal. As Delegacias Sindicais da 8ª RF deverão mandar caravanas para reforçar a manifestação. A categoria reivindica, entre outros pontos, o reajuste do vencimento básico – congelado desde 2016, à exceção dos 9% conquistados em 2023 depois de negociação na Mesa Nacional de Negociação Permanente”, diz o Sindisco Nacional em comunicado oficial.
Até o momento, a classe também se manifesta em frente ao Ministério da Economia, em Brasília.