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Índice Zara mostra que o preço das roupas no Brasil está entre os mais caros do mundo

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

Um dos países mais caros do mundo para se comprar roupas é o Brasil. O custo é 3% mais caro do que nos Estados Unidos, segundo o Índice Zara, levantamento feito anualmente pelo BTG Pactual. Mesmo com o aumento, o poder de compra dos brasileiros aumentou devido à valorização de 9% do real em relação ao dólar. No entanto, a mesma peça continua cara, o ano passado o valor era 102% maior para o cliente brasileiro do que o estadunidense, enquanto este ano o número caiu para 85%.

Mulher negra escolhe roupas dentro de uma loja de shopping.
(Imagem: Freepik)

É caro se vestir no Brasil

Como a maioria das peças são importadas, comprar itens de moda fica caro no Brasil. É o que disse Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores.

Há mais de 20 anos, quando o Brasil abriu o mercado para o mundo, algumas indústrias perderam relevância — entre elas a têxtil. O tecido vem de fora, com alta taxa de importação. Corte, costura e aviamentos também são importados e isso faz com que aumente muito a importação do produto acabado. Hoje temos muita dependência da importação para todas as categorias para produtos de moda”, acrescentou.

Impostos e o custo para formar a mão de obra também encarecem o preço final. Tozzi comentou que o varejo possui uma alta carga tributária, o que acaba encarecendo também o valor final do produto. Outra queixa também é sobre a falta de profissionais qualificados, fazendo com que as empresas precisem de investimento para formar mão de obra, o que também custa caro.

Como é em outros países?

Da lista com cerca de 52 países, apenas nove apresentaram preços mais altos do que os dos Estados Unidos. A Suíça é o país mais caro para se comprar roupas da Zara, com o valor 19% superior do que o país de referência. Também há outros países com preços mais altos, como a Arábia Saudita (9%) e a Tailândia (7%).

O relatório indicou que o Brasil é um país difícil para marcas estrangeiras. “No entanto, Shopee e Shein adotaram um estilo ‘abrasileirado’, testando lojas ‘pop-ups’ e estratégias locais de marketing, atraindo vendedores locais, seu impulso deve persistir”, afirmou relatório do BTG. Nessa concorrência, a produção nacional sai prejudicada, pois há menos cobrança de impostos para os e-commerces internacionais.

Índice Zara

Cálculo considera a diferença de preço em comparação aos Estados Unidos.

Grécia -50%
Portugal -49%
Espanha -49%
Eslovênia -49%
Eslováquia -49%
Reino Unido -47%
Áustria -38%
Luxemburgo -38%
Itália -38%
Bélgica -38%
Holanda -37%
Irlanda -37%
Finlândia -37%
Alemanha -37%
Croácia -37%
Estônia -36%
Turquia -35%
Bulgária -33%
Hungria -33%
Romênia -32%
Chile -30%
Polônia -29%
Rep. Tcheca -27%
Suécia -23%
Índia -21%
Peru -20%
Dinamarca -17%
China -17%
Canadá -14%
Japão -13%
África do Sul -13%
Filipinas -13%
Noruega -12%
Taiwan -11%
Panamá -10%
Hong Kong -9%
Coreia do Sul -6%
Vietnã -5%
Marrocos -5%
Colômbia -2%
EUA 0,0%
Uruguai 0,0%
Singapura 3%
Israel 3%
Brasil 3%
Equador 4%
México 5%
Tailândia 7%
Arábia Saudita 9%
Suíça 19%
O Índice analisou o preço de 12 produtos da Zara em 54 países. Para fazer uma comparação ano a ano, os produtos em comparação são os mesmos das edições anteriores.

Expectativas para 2024

Diante do cenário de desaceleração, as indústrias e varejistas de moda devem manter os resultados durante o ano. O relatório do BTG Pactual mostrou que, apesar da análise indicar resultados positivos este ano, há um debate crescente sobre o poder de marketing da marca e a batalha com o aumento das vendas de marcas como a Shein, por exemplo.

Texto escrito com informações do UOL.