O tráfego do e-commerce manteve médias mais baixas e, em abril, perdeu 5% em relação a março, ficando em 2,23 bilhões de acessos únicos, segundo a Conversion. O resultado do período, somado às recentes quedas no mesmo indicador, são vistos como reflexos de uma economia ainda instável no Brasil.
Na conversão entre os dados divulgados e o cenário nacional, Diego Ivo, CEO da Conversion, trouxe fatores que falam a favor e contra o e-commerce desde o início do ano. Se por um lado existe a recuperação gradual do poder de compra, aliada a uma pequena deflação, o endividamento das famílias continua uma realidade e causando o menor fluxo de usuários em compras online.
Uma das consequências dessa melhora ainda lenta é que, neste ano, as datas comemorativas e presentes no calendário do e-commerce ganham mais importância.
“A expectativa está depositada nesses dois próximos meses, com o Dia das Mães e o Dia dos Namorados em sequência, quando as pessoas não vão deixar de presentear. Embora nem todos os setores sejam afetados, é fato que boa parte deles sente o aumento das visitas às plataformas online e, por consequência, das vendas”, afirma Ivo.
Abaixo, algumas das situações enxergadas pela pesquisa da Conversion:
Cenário brasileiro
Ivo cita que mais do que a queda em tráfego, a preocupação sobre os setores afetados também deve ser um ponto de atenção.
“Alguns têm condições de puxar o resultado geral para cima, como é o caso dos marketplaces. Quando eles caem, porém, o desempenho como um todo fica prejudicado”, explica.
O executivo, neste caso, se refere à queda de 7,4% nos acessos em plataformas do varejo. Depois de atingir, sozinho, mais de 1 bilhão de visitas únicas em um mês (janeiro), os marketplaces não conseguiram repetir o desempenho, ficando na casa dos 916 milhões em abril.
O segmento, de acordo com a Conversion, corresponde a quase metade de todo o tráfego do e-commerce no Brasil.
Marcas
A diminuição de acessos no comércio eletrônico afetou os principais players do setor, com destaque no relatório para Mercado Livre, Amazon, Shopee e AliExpress.
O Mercado Livre perdeu 9,4% do seu tráfego, com a plataforma argentina obtendo 308,8 milhões de visitas em abril. Em seguida, Amazon e Shopee também tiveram quedas de 6,6% e 5%, respectivamente.
A chinesa AliExpress, do Grupo Alibaba, foi a única que cresceu (5,8%) no indicador, chegando a cerca de 80 milhões de acessos pela primeira vez.