No Brasil, CEOs da indústria de consumo e varejo têm investido mais no desenvolvimento de produtos de menor impacto climático quando comparado a média geral de outros setores do país. É o que mostra a 27ª Global CEO Survey, pesquisa anual da PwC. Segundo o estudo, enquanto 83% dos CEOs do setor afirmaram ter projetos de inovação em desenvolvimento ou concluídos em produtos ou serviços de baixo impacto climático, a média geral do país é de 63%.
Entre os pesquisados no Brasil, 41% dos participantes duvidam que, na trajetória atual, suas empresas devem se manter viáveis nos próximos dez anos — no mundo, esse número sobe para 45%. Quando o recorte é feito no setor de varejo, este percentual é de 30%. Na Europa, 41% da população trocou de marca por conta da embalagem utilizada pelas empresas.
Indústria de consumo e varejo ainda tem muito a evoluir
Sob a ótica do compromisso ambiental, o setor de consumo e varejo nacional se destaca da média geral em projetos de descarbonização. Ainda assim, há uma atitude mais tímida em relação a outras ações climáticas. Do total de entrevistados do setor, 87% possuem projetos de eficiência energética em curso ou finalizados, enquanto, na média geral do país o percentual é de 71%.
A venda de produtos, serviços ou tecnologias que apoiem os esforços de resiliência climática é uma realidade para 67% dos líderes varejistas no Brasil — a média nacional é de 48%. Por outro lado, apenas 13% dos líderes do setor disseram que já incorporaram os riscos climáticos ao seu planejamento financeiro. E, ainda assim, o percentual é maior que a média dos CEOs brasileiros, de 9%.
Tomadores de decisão do setor de consumo e varejo do país indicam, inclusive, que aceitariam ter menos retorno diante de investimentos mais sustentáveis. Dos líderes ouvidos, 40% afirmam que as empresas aceitam taxas mínimas de retorno para investimentos de baixo impacto climático. No Brasil, o índice é de 34%.
Tecnologia também entra na lista de prioridades
A pesquisa revela que 63% dos líderes de consumo e varejo entrevistados no Brasil acreditam que as mudanças tecnológicas afetarão muito a forma de gerar valor ao negócio nos próximos três anos. Outros 57% indicaram que a inovação influenciou a geração de valor nos últimos cinco anos.
Para 50% dos respondentes da indústria de consumo e varejo, a IA generativa vai melhorar a qualidade dos produtos e serviços das empresas nos próximos meses. Além disso, 33% destacam que esta tecnologia aumentará a capacidade da empresa em gerar confiança.
Para os próximos três anos, 70% dos CEOs de consumo e varejo indicam que a IA vai gerar novas habilidades da sua força de trabalho. Além disso, 60% acreditam no aumento da competitividade no setor a partir da adoção da inteligência artificial e 63% acreditam na mudança significativa na forma como as empresas do setor podem criar e entregar valor a partir da adoção desta nova tecnologia.
América Latina em destaque
Outro ponto da pesquisa visou compreender quais são os mercados internacionais mais relevantes para esse segmento de consumo e varejo. Do ano passado para este, a América Latina ganhou mais protagonismo.
Estados Unidos e China seguem no topo da lista apontados por 47% e 20%, respectivamente. Na terceira posição vem a Argentina, indicada por 30%, uma posição acima da de 2023 e 17 pontos percentuais maior.
Ocupam ainda o top 5 Chile e México mencionados por 17% cada dos entrevistados. Alemanha, França e Índia, que figuravam antes nas cinco primeiras posições, perderam relevância.