O número de influenciadores digitais no Brasil já ultrapassa os 500 mil, de acordo com o levantamento da Nielsen. Apesar de não ser uma profissão regulamentada, os profissionais da área com pelo menos 10 mil seguidores nas redes sociais representam mais do que o contingente de dentistas formados no País (segundo o Conselho Federal de Odontologia, são 374 mil). A quantidade também é o dobro do número de arquitetos (212 mil), ultrapassa o total de engenheiros (455 mil) e empata com o número de médicos (502 mil).
A desenvoltura na frente das câmeras faz com que essas pessoas acabem se relacionando virtualmente com um público fiel e interessado em interagir. É por isso que marcas aproveitam perfis que conversem com seus produtos e nicho para divulgação, o que acaba sendo a fonte de renda dos influenciadores. São os famosos “#publi”.
De acordo com a Folha de S.Paulo, o valor das campanhas nas redes sociais – com destaque para Instagram, seguido de YouTube e TikTok – varia bastante: desde a quantidade de seguidores que o influenciador tem, o nível de engajamento do público e até a região onde essa pessoa mora. No entanto, uma publicidade pode valer de R$ 1 mil a R$ 600 mil. A média de uma campanha para um influenciador já conhecido é de R$ 18 mil – mas o valor não vai inteiro para a pessoa, já que, a maior parte desses profissionais são gerenciados por uma agência, que geralmente fica com 20% do total.
Com a mudança do comportamento do consumidor, muito mais conectado pelas redes sociais atualmente, a verba publicitária gasta pelos anunciantes com publicidade nas redes em 2021 foi de R$ 1,43 bilhão – valor muito maior do que o investimento feito em rádio, jornal, revista e cinema somados no ano passado.
#publi não garante venda
A pesquisa da Nielsen, realizada entre fevereiro e março deste ano, ainda mostra que embora a maior parte do público que sempre acompanha influenciadores é composta por mulheres (43% contra 24% dos homens), mais da metade delas (56% e 76% dos homens) nunca comprou produtos ou serviços anunciados pelos influencers.
Quando questionados, a maior parte do público (66%) afirmou não sentir confiança na propaganda feita pelo influenciador. “O anunciante precisa fazer com que o seu conteúdo tenha ressonância junto à comunidade atendida por aquele influenciador”, afirma Sabrina Balhes, líder de mensuração da Nielsen Brasil em entrevista à Folha. “O influenciador fala de uma maneira customizada com o público, algo impossível para uma grande marca, mas a mensagem tem que ser relevante”, finalizou.
Fonte: Folha de S.Paulo
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