Criada em 2017 para contribuir com os pequenos negócios, a Faire é um marketplace atacadista focado em varejistas independentes na América do Norte e Europa. Hoje, conta com mais de 2 milhões de empresas, gerando mais de US$ 2 milhões em receita. No Web Summit Rio, Marcelo Cortes, cofundador e CTO da companhia, explicou o conceito da Faire e como a Inteligência Artificial é fundamental para beneficiar, inclusive, as PMEs.
Entre os principais diferenciais, a plataforma utiliza a tecnologia de Inteligência Artificial e machine learning para os lojistas encontrarem produtos para suas lojas – são mais de 100 mil marcas plugadas, vindas de mais de 120 países. “Nosso objetivo é, a partir da tecnologia, mostrar aos pequenos negócios dados sobre produtos que funcionariam melhor para as suas vidas, baseado nas reações dos clientes”.
Segundo ele, as pequenas empresas têm uma vantagem sobre as maiores quando o assunto é experiência do cliente. “Elas querem levar uma experiência diferenciada, e percebemos isso ainda mais na pandemia. Por conta disso e da resiliência dos profissionais, assumimos esse compromisso de ajudá-los ainda mais ao mostrar o que funcionaria à cada empresa”.
O efeito da IA no dia a dia da Faire
Apesar de “nascer” baseada na Inteligência Artificial, a Faire se aprofundou ainda mais na tecnologia nos últimos meses. De acordo com o executivo, há cerca de 1 mês a empresa passou a utilizar o ChatGPT na plataforma, o que foi positivo. “Quando falamos de buscas no atacado envolvendo pequenas empresas, os termos e especificações dos produtos são ainda mais complexos. Diante disso, essa tecnologia pode ser um diferencial no sentido de assertividade. Os produtos têm muitas particularidades, como marcas, cores, entre outras”.
Ainda assim, Cortes alerta para os cuidados que essa tecnologia requer para quem busca utilizá-la nos negócios. “Sempre digo que existe um risco de a tecnologia não trazer a informação correta, e é aí que entra a responsabilidade do dono do e-commerce. Se você colocar o ChatGPT para trabalhar o atendimento da empresa, por exemplo, é importante abastecer a base com dados de confiança. Afinal, pode ser que alguém se utilize de dados sensíveis da empresa a partir da IA caso ela não faça uma curadoria refinada”.
Por fim, Cortes salientou que as pequenas empresas não precisam se preocupar tanto em aprender a como utilizar a Inteligência Artificial, uma vez que há empresas (como a Faire) que oferecem esse tipo de serviço. “Há muitas possibilidades para os pequenos negócios aproveitarem da nova IA. E, para empresas como a Faire, já é algo simples de prototipar e aplicar rapidamente”.