Duas marcas, um mesmo grupo e diferentes abordagens para o varejo online e físico. Macy’s e Bloomingdale’s, apesar de atuarem sob a mesma estrutura no comércio eletrônico, atendem públicos distintos e exploram estratégias próprias para manter a relevância no mercado.

Nos Estados Unidos, a Macy’s domina com 390 lojas espalhadas pelo país, enquanto a Bloomingdale’s, mais exclusiva, possui apenas 31 unidades. Segundo a palestrante Mariana Cavalcanti, VP e Digital User Experience, a Macy’s faz parte do cotidiano dos norteamericanos: “a Macy’s está no coração dos Estados Unidos. A percepção é de que a marca é grande e acessível”.
Perfis de clientes e experiência de compra
Os clientes da Macy’s tendem a ser mais velhos, com uma distribuição equilibrada entre homens e mulheres. Já a Bloomingdale’s atrai um público mais jovem, de alto poder aquisitivo, com renda superior a 75 mil dólares anuais. As diferenças não param por aí: enquanto os consumidores da Macy’s adotam um comportamento mais omnichannel, combinando compras online e presenciais, os da Bloomingdale’s preferem a experiência digital.
A estrutura das lojas também reflete essas diferenças. A Macy’s, com presença massiva, tem lojas acessíveis a no máximo 20 minutos de distância da maioria dos consumidores. Já a Bloomingdale’s mantém um formato mais exclusivo, com espaços amplos e ambiente sofisticado.
Comunicação e posicionamento digital
No ambiente digital, a Macy’s adota uma abordagem vibrante e funcional, inspirada no varejo tradicional. O objetivo é facilitar a busca por produtos, tornando a experiência eficiente e intuitiva.
Já a Bloomingdale’s se espelha em revistas de luxo como Vogue e Vanity Fair, oferecendo uma navegação tranquila e envolvente, onde o foco não é apenas a venda do produto, mas a criação de um estilo de vida. “O produto é apenas um passo para o cliente realizar seu desejo”, explica a palestrante.
Estrutura de compra e navegação
Apesar das diferenças visuais entre os sites das duas marcas, a navegação segue uma lógica unificada. A “trilha de produtos” garante que a jornada de compra seja fluida e intuitiva, respeitando a identidade de cada marca. Enquanto a Bloomingdale’s usa menus suspensos para organizar suas coleções, a Macy’s opta por um layout mais direto, com todas as informações na homepage.
O checkout também reflete essa diferenciação. A Macy’s investe em sistemas de fidelidade e cupons de desconto, enquanto a Bloomingdale’s prioriza um atendimento mais personalizado. Segundo a palestrante, cada detalhe da experiência de compra digital é pensado para reforçar a identidade da marca e melhorar a conversão de clientes.
Diferentes abordagens nas lojas físicas
As lojas físicas das duas redes também seguem propostas distintas. Na Macy’s, a experiência é voltada para o autoatendimento, com grande variedade de produtos dispostos de forma acessível. A tecnologia desempenha um papel essencial: os clientes podem utilizar um aplicativo para visualizar o mapa da loja, acessar sua sacola de compras e receber sugestões personalizadas.
Na Bloomingdale’s, o atendimento é mais exclusivo, com um vendedor acompanhando a jornada do cliente. O Little Brown Book, um recurso digital integrado ao aplicativo da marca, permite recomendações personalizadas e facilita a continuidade da experiência de compra sem a necessidade de uma nova pesquisa.
Design e experiência do usuário
O design de ambas as marcas segue um princípio comum: ser acessível, intuitivo e escalável. A comunicação escrita busca simplificar o que é complexo, tornando a experiência do usuário mais fluida. Além disso, a conexão emocional com o consumidor é um dos pilares das estratégias adotadas, garantindo que cada interação seja significativa.
Mesmo com abordagens distintas, Macy’s e Bloomingdale’s mostram como marcas do mesmo grupo podem coexistir e crescer, atendendo diferentes perfis de clientes sem perder sua essência.
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