“O enfrentamento da pandemia acelerou alguns projetos de otimização de processos que já tínhamos planejado para o futuro. Gerou em nós a preparação para o novo comportamento do consumidor que, com certeza, vai acelerar o e-commerce”, afirmou Alex do Nascimento, Diretor de Negócios dos Correios. Entre as novidades da estatal, destaque para a otimização dos serviços de comunicação digital e a antecipação da retirada de encomendas nas empresas (que estava prevista para ocorrer apenas no meio do ano).
Novidade dos Correios para o e-commerce
Entre os destaques apresentados por Alex no evento The Future Of E-Commerce, o executivo lembrou da preocupação dos Correios assim que a pandemia chegou no país. “Nas primeiras semanas, vimos uma queda preocupante no volume de encomendas, que foi o período de adaptação das empresas. Em seguida, percebemos uma recuperação, que logo superou o número do mesmo período de 2019”. Ele espera uma retomada muito importante do e-commerce, setor esse que os Correios já antecipam algumas novidades para entregar nesse novo momento. São elas
- Fim do volume mínimo para entrega (modelo válido para o momento de pandemia);
- Entrega sem assinatura e registro fotográfico do carteiro (o entregador realiza apenas uma baixa, sem a necessidade da assinatura, para evitar o contato;
- Nova configuração das agências, que seguem com mais de 90% das unidades operando normalmente (há anteparos internos nas unidades, para otimizar o fluxo de pessoas);
- Coleta de entregas gratuita a clientes com contrato, sem acréscimo no valor (os Correios retiram os produtos de empresas de e-commerce direto nas lojas ou, no caso dos pequenos negócios, na casa dos empreendedores).
Para atender esse aumento de participantes do e-commerce, Alex ressalta que os Correios está fazendo o possível para auxiliar as empresas que estão chegando no setor. “Oferecemos todo o nosso conhecimento logístico a esses novos profissionais, buscando simplificar todo o processo. Seja a um e-commerce próprio ou uma loja dentro de uma estrutura de marketplace, todas as nossas ferramentas estão disponíveis integralmente, de forma simplificada para o seu entendimento”, garantiu.
Encomendas internacionais
Um dos pontos logísticos bastante afetados, segundo Alex, foi o volume de encomendas internacionais. Isso porque, segundo ele, houve uma restrição da malha aérea que cobre China e Europa, pontos de onde partem grande parte dos pedidos. “Como utilizamos os voos comerciais para fazer essa coleta, houve um represamento de cargas desses locais”. A solução, segundo ele, foi alterar a logística para o transporte marítimo — que também recebeu maior atenção no sentido do recebimento dos produtos e no manuseio das cargas. “Já tínhamos um padrão nesse recebimento, com cuidado de higienização e afins. O que ocorreu é que dobramos os cuidados a partir de agora”, completou.
E-commerce acima de tudo
Uma das questões levantadas no evento foi em relação ao quanto o aumento de encomendas por e-commerce pode impactar no atendimento dos Correios, que entregam cerca de 20 milhões de objetos diariamente. A fim de tranquilizar o setor, Alex garantiu que os Correios estão priorizando as encomendas do e-commerce acima de tudo: “Existe uma redução de atividade econômica geral, ma que impacta outros serviços não relacionados ao comércio eletrônico. Por isso houve um aumento em nossos processos, que de início aumentamos o período de entrega para três dias, mas hoje já está normalizado”, falou. Para assegurar a entrega dos produtos, os Correios também conversaram recentemente com a Polícia Rodoviária Federal, a qual possui um contrato permanente de segurança das cargas. “Sabemos que as estradas estão mais vazias, por isso redobramos a segurança dos nossos transportes”, finalizou.
Impactados pelo coronavírus
Sobre os Estados que sofreram mais diante da pandemia, Alex trouxe os principais desafios enfrentados pelos Correios. “Santa Catarina sofreu bastante, pois estava fechada, sem transporte público, e isso afetou o trabalho, inclusive, do colaborador dos Correios. Porém, assim que o Governo Federal entendeu as entregas como serviços essenciais, passamos a reativar as agências e hoje já está normalizado. No caso do Rio de Janeiro, temos um problema na questão da diminuição do efetivo de pessoas nas entregas, uma vez que muitos pertencem ao grupo de risco. Mas toda essa situação está sendo normalizada e, aos poucos, o trabalhos dos Correios nessas regões está sendo normalizado”.
Confira a apresentação completa de Alex do Nascimento:
Por Giuliano Gonçalves, da redação do E-Commerce Brasil