Tomar um café em espaços exclusivos como a Louis Vuitton em Paris ou a Tiffany em Nova York exemplifica a estratégia de marcas de luxo de oferecer experiências acessíveis a consumidores atuais e potenciais. O movimento de abrir cafeterias e outros serviços em lojas físicas tem se consolidado como forma de criar pertencimento e atrair novos públicos.

Esse reposicionamento foi tema do painel “Luxo em transformação: Novos olhares, valores e vozes”, no Rio Innovation Week, no último mês. Durante o evento, os consultores Edu Santos e Deny Guedes e a influenciadora Samantha Checon debateram a movimentação do setor. Para Guedes, o experiências acessíveis a consumidores atuais e potenciais. Santos destacou a liberdade de escolha como característica central, mas alertou para barreiras sociais ainda presentes, como a questão racial no acesso a ambientes de alto padrão.
Experiência e comunidade no centro do luxo
Segundo os especialistas, exclusividade e escassez continuam a sustentar o valor de marcas como Hermès, mas outras grifes buscam ampliar o acesso por meio de experiências diferenciadas. A construção de comunidade e o atendimento personalizado são vistos como caminhos para fidelizar consumidores.
“Todos querem pertencer. O produto já não é o único diferencial. As marcas precisam criar vínculos que façam o consumidor se sentir especial”, afirmou Guedes.
Mercado brasileiro se movimenta
No Brasil, o setor manteve ritmo de expansão mesmo diante de um cenário global de desaceleração. Estudo da Bain & Company, encomendado pelo jornal Valor e pela revista Vogue, aponta que o mercado brasileiro de luxo movimentou R$ 98 bilhões em 2024, alta de 26% em relação a 2022, com média de crescimento anual de 12%. O índice superou a taxa global de 3% ao ano.
As categorias que lideraram o consumo foram moda e itens pessoais, imóveis e automóveis, cada uma com R$ 21 bilhões em vendas. Em seguida aparecem saúde (R$ 17,3 bilhões), aviação (R$ 6,5 bilhões), arte e móveis (R$ 4,2 bilhões), hotéis e experiências (R$ 3,8 bilhões), iates (R$ 2,1 bilhões) e bebidas finas (R$ 1 bilhão).
Acompanhe a cobertura do Congresso E-Commerce de Luxo, próximo dia 2 de setembro, em São Paulo e fique por dentro das novidades do setor.
* Com informações do Exame