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NFTs: um mercado estimado em US$ 120 bilhões, diz estudo da Ripio

Por: Helena Canhoni

Jornalista

Bacharel em Comunicação Social pela ESPM. Experiência em tráfego pago, cobertura de eventos, planejamento de marketing e mídias sociais.

O mercado das NFTs não caiu no esquecimento. Diferentemente do que foi divulgado nos últimos tempos, os tokens criptográficos continuam populares. De acordo com o estudo conjunto “NFT Landscape 2023”, das empresas Ripio e DUX, os ativos possuem o poder de promover uma receita anual de, no mínimo, US$ 1,5 bilhões. 

Este segmento é extremamente importante para grande parte das operações realizadas a partir da tecnologia blockchain, por serem um tipo de escritura ou registro criptografado que atesta a propriedade de um ativo digital em diversos segmentos como jogos eletrônicos, filmes, músicas, obras de arte e até mesmo imobiliário, explica Henrique Teixeira, head global de Novos Negócios da Ripio.

Um mercado de bilhões

Apesar das expressivas altas e quedas no segmento destes produtos financeiros, o mercado dos Tokens Não Fungíveis tem um valor estimado de US$ 28 bilhões a US$ 38 bilhões somente em 2023. 

A taxa de crescimento anual composta (CAGR) do mercado, em 2023, tem previsão de variar entre 18% a 35%, de acordo com a pesquisa. Significando que, se em 2022 os valores chegavam na casa de US$ 18 a US$ 25 bilhões, entre 2026 e 2028 o total pode vir a ser igual a US$ 60 bilhões ou ultrapassar US$ 120 bilhões. 

Tabela da taxa CAGR do período de 2021 até 2031.
Fonte: NFT Landscape 2023

NFT no Brasil, players e usuários

Segundo o estudo, mesmo que a empresa OpenSea seja a maior player no mercado de NFTs, a partir de 2023 novos marketplaces e agregadores de outros ativos, como a Blur ou X2Y2, vão conquistar maior participação de mercado nos meses subsequentes, expandindo o setor.

A procura pelas NFTs no Brasil é grande. O estudo ressalta que em torno de 30 ou 40 milhões de carteiras realizaram trocas de NFTs nos últimos anos. O país se destaca com mais de 5 milhões de usuários, uma média de 2% da população total do país, aparecendo ao lado dos principais mercados globais como Estados Unidos, China, Canadá, Índia, Indonésia, Tailândia e Vietnã.

À medida que essa tecnologia se tornar natural e presente no dia a dia da sociedade como um meio e um suporte de funcionalidades variadas, ela poderá ser utilizada para os mais diversos propósitos, afirma Teixeira.

Volatilidade do mercado

Acontecimentos como: o colapso da plataforma cripto Celsius, a crise da empresa FTX que operava uma bolsa de criptomoedas, a queda do ecossistema LUNA/TERRA/UST e o aumento da taxa de juros por parte do FED, foram apontados como responsáveis pela desaceleração do mercado em 2022, segundo a Ripio.

Além disso, as mudanças no macroambiente levaram a uma diminuição maior que 70% no volume de negociações desses ativos, incluindo intensas perdas e desvalorização. O ativo referência Ethereum (ETH) ao longo de 2022 apresentou uma baixa de 80% em seu preço, contribuindo para a desaceleração do mercado e diminuição das expectativas dos consumidores. 

Ademais, a alta extremamente espontânea das NFTs provocou um aumento peculiar das expectativas do consumidor. Portanto, o momento de desaceleração acontece de forma tão natural quanto o crescimento.

Gráfico com o ciclo de vida da Web3 e de Blockchain.
Fonte: Gartner

Tendências para um futuro incerto

A pesquisa apontou quatro tendências para o futuro do setor: aumento do uso dos ativos digitais em cadeias logísticas de produtos e suprimentos diversos, visando baratear o processo e aumentar transparência e eficiência; maior correlação entre o mercado de cripto e NFTs; centralização do mercado e o crescimento da importância e da procura por domínios do tipo ENS (Ethereum Name Service). 

O aumento da compreensão sobre a dimensão do mercado de NFTs e o contexto atual do setor é essencial para a consolidação do próprio mercado, finaliza Felipe Barros, head de Educação da DUX.