A nostalgia transformou-se numa tendência de mercado e tem ganhado muitos consumidores, o retorno de produtos eletrônicos como discmans, CDs, VHS ou toca-discos; itens de moda, como a calça de cintura baixa, gloss labial e até mesmo as televisões de tubo já são uma realidade de compra para alguns consumidores brasileiros. Isso é o que mostra a pesquisa do Guia dos Melhores, uma plataforma de avaliação de produtos online que entrevistou cerca de 500 brasileiros de diversas idades, gêneros e regiões para o levantamento.
A conexão emocional com um momento bom da vida como a infância ou adolescência de muitas gerações é um dos fatores que impulsionam a busca por aquilo que já passou. Para 83% dos entrevistados, há uma conexão emocional com produtos dos anos 80, 90 e 2000. Não é à toa que alguns produtos conhecidos por resgatar hábitos e reativar essas boas memórias voltaram a ser procurados, pois desses, 49% disseram que consomem esses produtos. E, mesmo entre os 17% que disseram não sentir conexão com os produtos antigos, 12% deles responderam que acabam consumindo os itens nostálgicos por estarem na moda ou em evidência no mercado.
O flashback dos anos 2000
Dentre as décadas citadas, os anos 2000 são os mais saudosos, aparecendo com 36% das respostas, seguido, com pouca diferença, dos anos 90, que contaram com 34% de preferência. Os anos 80 aparecem com 26%, também ocupando um lugar de boas memórias para os entrevistados.
Tanto que, o favoritismo dessa década tem aparecido com maior frequência nas escolhas de compra dos consumidores, como a Geração Z, que é mais preocupada com o consumo sustentável e através de redes sociais como o TikTok, compartilha com seus seguidores um sentimento de nostalgia por adquirir produtos ou usar roupas de um tempo não vivido por eles.
De volta ao tempo das locadoras
Alguns produtos se destacam fazendo essa ponte entre passado-presente, como as televisões e seus aparelhos acessórios. Quando perguntados sobre quais eletrônicos anteriores à internet os consumidores mais lembram, os itens de destaque foram: videocassete, com 57% das respostas, e, na sequência, as TVs de tubo, apontadas por 43% das pessoas.
Eduardo Scherer, fundador do Guia dos Melhores, comenta que, “de forma semelhante, quando surgiram os videocassetes com suas fitas VHS, criaram-se novos hábitos relacionados à televisão. O ato de ir até uma locadora e passar, muitas vezes, algumas horas escolhendo um filme, marcou toda uma geração e é lembrado com carinho até hoje”. Entre os outros itens que marcaram a época, também se destacam os telefones com fio, citados por 31% dos entrevistados; as câmeras fotográficas analógicas, indicadas por 23%, além dos vídeo games e do “discman”, com 21% das respostas.
As mídias favoritas do público
Outro meio de ativar a memória dos entrevistados foram as músicas, responsáveis por marcar gerações e trazer o sentimento saudosista, elas foram escolhidas por 69% dos entrevistados; seguida pelos programas de TV, com 43%; pelos filmes, com 35%, e pelas fotografias, com 24%.
Investir em itens musicais antigos é uma boa aposta para aumentar as vendas nesse momento, pois “o interesse pelas músicas de anos atrás pode ser fortemente observado no mercado, com o retorno de diversas bandas que fizeram muito sucesso nos anos 2000”, acrescenta Scherer.
Nessa área, o universo do audiovisual também conseguiu se reinventar com uma grande produção de muitas séries e filmes que remontam a essas décadas aproveitando as diversas referências das últimas décadas em produções que viraram febre atualmente, como no caso da série Stranger Things. Os remakes ou sequências de filmes antigos são preferidos por 29% dos entrevistados; na sequência, os remakes de desenhos animados em versões live action (regravações das histórias com atores reais), forma escolhidas por 21% dos respondentes, e o empate com as produções sobre super heróis, também com 21%.
Eduardo Scherer finaliza comentando que “o mercado da nostalgia certamente chegou para ficar por um bom tempo. Estamos vendo o alcance da tendência em alguns setores, mas ainda existem muitas possibilidades a serem exploradas, basta as marcas olharem para seus produtos de forma estratégica e, por que não, colocarem um pouco do próprio sentimento de nostalgia em suas criações.”