Com tudo o que está acontecendo hoje por conta do coronavírus, é primordial que o empreendedor não entre no desespero de criar (ou modificar) sua plataforma online “para ontem”. Isso porque a chance de começar essa transformação com o pé esquerdo e aumentar os problemas é muito maior. E ninguém melhor do que um profissional no assunto para explicar o que fazer (e não fazer) nesse atual momento. “Antes de tudo, respire, mantenha a calma. Sem a pandemia já recebíamos propostas totalmente sem planejamento. Agora é um momento ainda mais relevante de não querer passar o burro na frente da carroça”. Essas palavras são de Erick Melo, cofundador da WebJump.
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E antes de começar suas dicas, ele adianta: “Eu construo plataforma e digo: ela não é tudo! O empreendedor precisa antes de qualquer coisa pensar num ecossistema como um todo”. De uma maneira resumida, ele refere-se às diferentes áreas envolvidas no processo, como gestão, logística, sistemas integrados… Confira a seguir os tópicos abordados pelo especialista para aplicar no seu negócio!
Plataformas – principais erros
Há duas fases importante antes de optar pela plataforma ideal, segundo Erick. A primeira delas é a do conhecimento, onde ele lista alguns dos principais erros cometidos pelos empreendedores. São eles:
- Não estudar o mercado de e-commerce;
- Ter pouco conhecimento sobre o que está desenvolvendo;
- Ter pouca (ou nenhuma noção) do tipo de plataforma a escolher;
- Não conhecer os formatos de comercialização.
Esse pontos, de acordo com Erick, são fundamentais para quem deseja empreender no mercado eletrônico. “Antes de comprar um carro ou um apartamento, você quer receber o máximo de dados sobre aquilo que você irá levar. Aqui não é diferente e é o seu negócio que estará em jogo. Por isso, vale até contratar uma consultoria para te auxiliar neste sentido”.
Falhas no planejamento
- No campo do planejamento, os principais erros apontados por ele foram relacionados no sentido de
- não ter se aprofundado nos âmbitos de mercado, concorrentes, entre outros;
- estar por fora do escopo a ser elaborado para desenvolver a plataforma;
- ter pouca ou nenhuma informação sobre o tamanho do budget separado para o projeto;
- não conhecer as legislações que envolvem seu negócio.
Não existe bala de prata
Erick enaltece o cuidado em não cair em papo de vendedor de que a tal plataforma é melhor. Cada uma tem um desenvolvimento de acordo para o seu negócio, por isso é preciso entender o que você realmente quer e qual caminho seguir antes de tudo. “Pense no simples, não queira reinventar a roda. O que eu consigo colocar no ar agora? Que tipo de produtos eu consigo colocar pra vender pelo WhatsApp? Que abordagem eu preciso ter? Pensar no que o o usuário precisa, e não no que ‘você acha que ele precisa’, ressaltou. Outro ponto importante está em realizar um trabalho fino de UX e entender quem serão as pessoas que farão parte da jornada do negócio.
RFP (definição da plataforma)
A grosso modo, esta etapa trata-se de um documento onde o empreendedor colocará o escopo do seu projeto, mostrando suas estratégias de negócio. Aqui vale detalhar o máximo possível do seu negócio e objetivo. Se não conseguir, aconselha o especialista, consulte um consultor e vá ao mercado entender como funciona o seu negócio. “Recebemos muitos pedidos onde pessoas querem um site igual ao X, Y, Z. Isso simplesmente não existe e não tem nada a ver com planejamento”.
Formatos
O mais difundido no mercado brasileiro, segundo Erick, é o SAAS, onde você paga um percentual da venda do site. Ele atende no sentido de ser uma plataforma mais rápida em questão de desenvolvimento, pois a aplicação é a mesma para todo os demais. Segundo Erick, essa seria a melhor opção para o pequeno empresário que quer migrar seu negócio físico para o online.
Já nas duas outras opções, On-Premise e PAAS (Cloud), ele diz que a recomendação é para negócios mais robustos, que demandam de mais recursos. “Nessas você tem o poder sobre o código, a aplicação é sua e há mais poder de desenvolvimento de acordo com as necessidades do negócio”.
Plataforma preparada
Entre os questionamentos que o cliente que busca uma plataforma dedicada ao seu negócio, é preciso saber se ela realmente atende além do B2C o B2B. Nesse caso, busque empresas que utilizem o serviço e pergunte se ele oferece esse tipo de aplicação. Outro ponto é saber se ela pertence a um ecossistema de e-commerce. “Se ela não se integrar com nada, você corre um grande risco de morrer com ela. E o mesmo vale para o suporte: se ela der um problema, a quem você irá recorrer?”, finalizou.
Por Giuliano Gonçalves, via E-Commerce Brasil
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