Durante o Web Summit Rio, Amrapali Ganm, presidente do OnlyFans, foi questionada sobre a tentativa do site em banir pornografias em 2021, a qual a própria plataforma voltou atrás. A executiva, então, justificou dizendo que independente do conteúdo, o objetivo do OnlyFans é ser uma plataforma segura, com produtos de qualidade. “Temos orgulho de ser uma plataforma inclusiva, tanto para quem compartilha conteúdo adulto, como para que posta vídeos de culinária. Isso porque revisamos todos os vídeos e imagens, além de lutarmos para que haja referências entre os produtores quando isso ocorre”.
Ganm também foi questionada sobre o que pensa dos legisladores que querem banir os conteúdos adultos. “Nos pautamos na segurança e transparência, a fim de proteger toda a comunidade”, respondeu, completando que sempre há o diálogo com os criadores a fim de entender o que (e como) o site pode moderar as publicações.
OnlyFans tem grande interesse na América Latina
Em dado momento da entrevista, a CEO foi perguntada sobre o que acha da região da América Latina. “Buscamos crescer o OnlyFans por aqui. Lançamos a plataforma como algo global, e é essa a exposição de quem está lá. Conhecendo os brasileiros, vemos que eles têm uma caída para esportes e música, e o OnlyFans é uma oportunidade de conexão com os fãs, algo que não ocorre em outras plataformas”.
Para ela, tanto a América Latina como a Austrália são regiões promissoras, que a empresa pensa como oportunidade para esse crescimento. Hoje, o OnlyFans conta com mais de 2 milhões de produtores de conteúdo e centenas de milhões de usuários.
Diferenciais do OnlyFans para outras plataformas
Outro ponto reforçado por Ganm durante a entrevista foi sobre o formato do Onlyfans. “Tenho como costume conversar diretamente com produtores de conteúdos. Nas entrelinhas, percebo que eles estão sobrecarregados em relação às demais plataformas, principalmente por conta do algoritmo de recomendação. É justamente aí que fazemos a diferença”, alegou. Segundo ela, o Onlyfans permite que eles foquem somente na criação, sem a interrupção de sugestões comumente vista em outras redes.
Monetização do OnlyFans
Já em relação a monetização dos criadores, a CEO disse que a plataforma fica com 20% do valor, enquanto eles garantem 80%. “Desde o nosso lançamento, em 2016, já pagamos mais de R$ 51 bilhões aos criadores. Isso em um ambiente onde a pessoa não vê anúncio ou sugestão de seguir outras pessoas. Trabalhamos, portanto, com base na conexão pura”.
Este ano, criadores de conteúdos da plataforma já arrecadaram mais de US$ 4 bilhões na plataforma, número que representa um aumento de cerca de 115% em relação a 2022. “Gosto de lembrar que publicamos muito além do conteúdo adulto. Estamos fazendo de tudo para apoiar os criadores, seja de conteúdos de esportes, lutas, comédias… Aliás, muitos comediantes estão participando do Onlyfans, movimento esse que estamos focados em apoiar”, disse.
Moderação de conteúdo é parte do negócio
Diante da enorme quantidade de conteúdo adulto, Ganm foi perguntada se existe uma fora de moderar o que é postado na rede. “Não só existe, como é um dos principais pilares da companhia. Para você ter uma ideia, há uma revisão de cerca de 9 documentos até que o conteúdo possa ganhar a rede. Lembro ainda que há uma análise humana da documentação dos produtores, uma vez que sempre estamos em cima de agentes maliciosos”.
Sobre a moderação com base em Inteligência Artificial, a executiva disse que existe, mas que ainda opta pela revisão feita por humanos. “Quando há conteúdos com nudez, essa análise vai para o topo da lista”, garantiu.