Nessa última quarta-feira (22/01), em entrevista ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, o diretor executivo do Google deixou sua opinião sobre a importância da IA (Inteligência Artificial) para a humanidade: “É uma das coisas mais profundas em que estamos trabalhando. É mais profundo do que o fogo ou a eletricidade”, afirmou Sundar Pichai, CEO da Alphabet Inc.
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A Alphabet, proprietária do Google, teve que lidar com seu papel no desenvolvimento da IA, incluindo o gerenciamento de revoltas de funcionários contra seu trabalho na tecnologia para o governo dos EUA. Em 2018, um grupo de engenheiros de software influentes atrasou com êxito o desenvolvimento de um recurso de segurança que teria ajudado a empresa a ganhar contratos militares.
Inteligência Artificial globalizada
Para garantir que ela seja desenvolvida com responsabilidade, segundo Pichai, os países terão que trabalhar juntos em acordos internacionais, semelhantes ao acordo climático de Paris. “A IA não é diferente do clima. Você não pode obter segurança com um país ou um conjunto de países trabalhando nisso. Será preciso criar uma estrutura global”, disse.
Keith Enright, diretor de privacidade do Google, também falou sobre o potencial da inteligência artificial e do aprendizado de máquina para continuar desenvolvendo novas tecnologias e serviços usando uma quantidade mínima de dados de clientes. “No momento, estamos realmente focados em fazer mais com menos dados”, disse Enright. “Isso é contra-intuitivo para muitas pessoas, porque a narrativa popular é que empresas como a nossa estão tentando acumular o máximo de dados possível. Manter dados que não agregam valor aos usuários é um risco”, completou.
E na Europa?
À caminho de Davos, Pichai também parou em Bruxelas para fazer um raro discurso público, pedindo aos reguladores que coordenassem suas abordagens à inteligência artificial. A União Europeia deve revelar novas regras para desenvolvedores de IA em “setores de alto risco”, como cuidados com a saúde e transporte.
Vale lembrar que o Google passou por escrutínio muitas vezes na Europa, com uma investigação na França resultando em uma multa de US$ 55 milhões sob a nova lei.