As restrições ao funcionamento das lojas físicas multiplicaram o número de compradores online, mas as queixas também cresceram. Segundo a consultoria Bip (Business Integration Partners) Brasil, entre abril e junho foram registradas 126 mil reclamações relativas a compras digitais, um salto de 53,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Para Wagner Pereira, líder de varejo da Bip, o maior gargalo das lojas virtuais está justamente na reta final da entrega. Ele explica que boa parte das empresas não estava preparada para lidar com o aumento das vendas online.
“As vendas digitais exigem operações escaláveis, que devem ser dimensionadas de forma ágil para atender aos picos de demanda. A pandemia trouxe uma lição de casa para as empresa prepararem os seus processos”, disse à Época Negócios.
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E na Black Friday?
Há um mês da Black Friday, principal data do comércio eletrônico, que este ano acontecerá no dia 27 de novembro, especialistas alertam para a probabilidade do número de reclamações relativas a compras online ser maior do que no pico de compras impulsionado pela pandemia.
De acordo com o levantamento do Procon-RJ, no ano passado só as cinco maiores empresas de e-commerce do país registaram aumento de 68,9% nas reclamações durante o mês de novembro em relação ao ano de 2018.
“Neste período é importante reforçar os cuidados com as compras pela internet e sites não confiáveis”, disse Cássio Coelho, presidente do Procon RJ, à publicação.
Segundo Wagner Pereira, líder de Varejo da Bip, é esperado um crescimento de cerca de 30% no faturamento dos e-commerces durante a Black Friday deste ano. Já as reclamações, estima ele, devem chegar perto de 180 mil, frente a 121 mil no ano passado, alta de 49%.
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Fonte: Época Negócios